Pode passar despercebida na maioria dos casos. É assintomática. Invisível e silenciosa aos olhos dos afetados e também dos médicos. Quando começa a mostrar sua cara, já está avançada. E não vem sozinha: é acompanhada, no melhor dos casos, de uma cirrose incipiente. Se trata da enfermidade do fígado graxo não alcoólico (NASH, sua sigla em inglês). É uma doença relacionada com a obesidade e com os hábitos sedentários. Ela afeta a imensa quantidade de um em cada três adultos. Isso mesmo, 33% dos adultos estão com essa doença e não sabem.
Até agora, desconhecem a origem exata da NASH, mas os cientistas e médicos estão convictos que os fatores chaves que predispõem a essa enfermidade são a obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão, colesterol alto e outros transtornos relacionados com hábitos sedentários.
Nos anos 80, teve início um terremoto com que era a obesidade, agora, há um tsunami de NASH. Três em cada quatro adultos podem permanecer assintomáticos até a morte, mas 25% dos pacientes com NASH desenvolverão cirrose ou câncer hepático. Na Inglaterra já é o primeiro responsável pelo câncer hepático, e nos Estados Unidos a primeira causa de transplantes de fígado.
A acumulação excessiva de gordura no fígado impede ao órgão armazená-la ou metabolizá-la de forma adequada. As células do fígado começam a “sofrer”. E acabam morrendo. Esse processo produz uma inflamação e danos no órgão. Para combater essas lesões, o próprio fígado gera mecanismos de cicatrização (fibrose), mas esse tecido cicatrizado não consegue realizar as funções dos tecidos do fígado que estão sadios. Lembre-se que o fígado não é um feijãozinho em nossa barriga. É o órgão responsável por limpar nosso sangue, gerar proteínas e nutrientes vitais. Com o acúmulo dessas fibroses, o fígado começa a falhar e pode por em risco a vida da pessoa.
O exame das transaminases podem dar os primeiro sinais de NASH. Devem ser feitos rotineiramente. O exame mais complexo é o Fibroscan, um procedimento não invasivo que analisa a presença de gordura no fígado e o nível de fibroses. Se 10% dos obesos perderem peso, melhorarão muito. O problema é que só 10% dos obesos consegue perder 10% de peso.