O árbitro queniano Aden Marwa Range, que apitaria na Copa do Mundo na Rússia, foi gravado em vídeo aceitando uma propina no valor de US$ 600, fato que gerou uma onda de indignação no Quênia e obrigou o juiz a desistir de participar do torneio.
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Marwa, que foi suplente na edição de 2014, no Brasil, seria um dos dez árbitros africanos na Copa até aparecer aceitando a quantia no filme “Number 12” (“Número 12”, em inglês), que fala sobre a corrupção no futebol africano e que motivou o governo de Gana a dissolver a federação de futebol do país.
Nas imagens, divulgadas pela “BBC”, o árbitro aparece vestido com roupas oficiais da Confederação Africana de Futebol (CAF) e recebendo o dinheiro das mãos de um jornalista anônimo para supostamente influenciar no resultado de uma partida internacional. No ato, Marwa diz: “Obrigado pelo presente”.
A gravação do vídeo supostamente foi feita durante a Copa Africana de Nações disputada em janeiro e fevereiro do ano passado no Gabão.
O nome de Marwa, que deixou de ganhar os US$ 25 mil que receberia pela participação na Copa do Mundo, ainda estava entre os temas mais comentados na rede social Twitter nesta sexta-feira, um dia após a revelação do escândalo.
“Aden Marwa não envergonhou o Quênia. A vergonha já estava lá, ele somente tirou a coberta e a mostrou ao mundo. Podemos continuar sonhando com um Quênia livre de corrupção ou podemos olhar para nós mesmos e acordar”, lamentou em mensagem o famoso empresário queniano Sam Gichuru.
No entanto, nem todas as críticas são destinadas apenas a Marwa. Outro alvo é o jornalista ganês Anas Aremeyaw Anas, produtor de “Number 12”, cuja identidade real se desconhece.
“É triste que Aden Marwa tenha tido que desistir da Copa do Mundo na Rússia. Analisei as imagens da suposta propina e, como jornalista, acredito que o método usado para conseguir a notícia deixa muito a desejar”, disse o ativista a favor da liberdade da informação Odeo Sirari.
A família de Marwa, que fora do futebol é professor de matemática e química de 41 anos, negou as acusações e garantiu que o árbitro é “um homem de princípios que não pode ser manipulado para que favoreça uma equipe concretamente”.
A corrupção é habitual no Quênia. Nas últimas semanas, um escândalo milionário afetou uma instituição governamental, provocando várias prisões e grandes manifestações contra o saque dos cofres públicos.
Correio do Estado