Nelson Ramos, dono da HG Frutas, afirma que a situação, que já beira o total desabastecimento, pode ser percebida já no pátio da central.
Preços inflados– Além da falta de produtos, os preços também não param de subir. O saco de batatas, com 50 kg, que custava R$ 70 chegou a ser vendido por R$ 300 nesta quarta-feira (24) – aumento de 328% -, antes de acabar.Já a saca do chuchu que era vendida a R$ 28, já custa R$ 40 – variação de 30% – e o repolho que saía a R$ 25, está R$ 38 – variação de 52%. A cebola subiu de R$ 40 para R$ 50 – acréscimo de 25%.
Colheita – Outro comerciante já havia dito ao Campo Grande News que os próprios produtores estão preferindo nem colher os produtos para não perdê-los no transporte. “Eles sabem que vão acabar perdendo. Até a qualidade do produto começa a cair. Não trago batatas pequenas e escuras, mas já estamos ficando sem. Tenho dois caminhões lotados desse alimento parados.
Quando chegarem aqui, provavelmente terão estragado”, diz Luiz Queiroz, 47, administrador de um dos boxes.
A maioria dos comerciantes da Ceasa que trabalham com frutas têm estoques para garantir os preços vigentes por mais alguns dias. Já os que vendem legumes, não.
Manifestação – A greve dos caminhoneiros chegou ao 4º dia e segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), já são 30 pontos de bloqueio nas rodovias federais de Mato Grosso do Sul.
A categoria quer que a Petrobras reveja a política de preços, que atrela o valor dos combustíveis às altas e baixas do dólar.
Em uma votação acelerada, nesta quarta-feira (23), a Câmara dos Deputados votou projeto que acaba com a desoneração de 28 dos 56 setores da economia atualmente desonerados para reduzir tributos cobrados sobre o óleo diesel. Segundo o relator, a alíquota zero na contribuição vai permitir uma queda de cerca de 14% no preço final do óleo diesel.
Mesmo o governo tendo anunciado várias medidas para anunciar o preço dos combustíveis, o protesto não tem data para acabar. Em Campo Grande, a categoria começou a parar no domingo, quando os veículos ficaram estacionados nos postos. Na segunda, a manifestação ganhou as estradas.
Em Mato Grosso do Sul as cargas perecíveis ou vivas estão sendo autorizadas a seguir viagem, assim como carros de passeio, ônibus, ambulâncias e demais veículos. Porém, não está acontecendo o mesmo em outros Estados, que já registraram até cenas de violência. Campo Grande News