“Estava chegando ao Tribunal e percebi uma aglomeração de pessoas, próximo ao estacionamento. Eu não cheguei a descer do carro. Mas pude ver a cobra se arrastando tranquilamente”, conta o desembargador Sérgio Martins.
Ele chegou a fazer uma postagem na página do Facebook com a legenda: “Uma jiboia passeando nos fundos dos gabinetes dos desembargadores. Coisas de MS”.
“Atuo há dez anos no TJMS e nunca tinha visto uma jiboia por lá. É um privilégio nosso conviver com a natureza. Há alguns meses, recebi um colega de Brasília, fui mostrar os gabinetes, o Parque dos Poderes. Ele ficou impressionado com a quantidade de animais. ‘Que lugar excepcional, meu amigo’. Dá muito orgulho”, lembra o desembargador. “É uma sensação de paz incrível”, complementa.
O animal foi fotografado pelos funcionários que se depararam com a cena e que, gentilmente, foram tocando a cobra em direção à mata.
“Não há um quantitativo exato de quantas espécies e indivíduos habitam a área do Parque dos Poderes. Estima-se que sejam mais de 100 espécies, distribuídas entre as classes de mamíferos, répteis e aves”, afirma a zootecnista Ana Paula Felício, fiscal ambiental do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
Muitos animais que surgem na área urbana são resgatados e, dependendo da situação, encaminhado ao Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), na Capital.
Atualmente, cerca de 800 animais estão abrigados no local. A aves representam 80% do total, mamíferos 15% e répteis 5%.
Em Campo Grande, foram capturados 823 animais em 2016 e 824 em 2017 – média de 2,25 por dia. Conforme as condições dos bichos, eles são soltos na natureza após avaliação de médicos veterinários e biólogos. Campo Grande News