O caminhoneiro Marcos Franco, de 53 anos, morto durante uma tentativa de assalto na noite de quarta-feira (18) no trecho Sul do Rodoanel, Zona Sul de São Paulo (SP), foi enterrado nesta sexta-feira (20) em São Manuel, cidade onde morava.
O crime ocorreu na altura do km 58, por volta das 19h40. De acordo com a Polícia Rodoviária, criminosos jogaram viga de concreto na pista e um carro que passava pela rodovia atingiu essa viga. Assim que o carro parou, o motorista foi abordado por três criminosos.
Em seguida, Marcos parou a carreta para tentar ajudar a família que tinha caído em uma emboscada. Ele acabou reagindo à abordagem dos criminosos e foi baleado. A vítima morreu no local e o corpo ficou na rodovia até 2h50 da madrugada desta quinta-feira (19).
O sobrinho de Marcos, Ricardo Franco, conta que o tio trabalhava com transportes há mais de 30 anos e que sempre alertava os familiares sobre os perigos nas rodovias.
“Ele sempre falava para termos cuidado. Para não parar o caminhão no acostamento porque era perigoso. Mas, ele foi tentar ajudar. Não pensou duas vezes e, por isso, o considero um herói”, diz.
Segundo Ricardo, Marcos estava fazendo o transporte para um colega de trabalho, que ficou doente pouco antes da viagem. “Ele disse que iria no lugar do colega, que não era pra ninguém se preocupar”, conta.
O acontecimento gerou muita comoção e revolta nas redes sociais. Os familiares do caminhoneiro Marcos fizeram postagens como forma de homenagem e receberam muitos comentários de solidariedade. Isso, segundo o sobrinho, está ajudando a amenizar um pouco da dor de perder o tio.
“Minha avó, mãe do meu tio, ficou muito abalada. Ela está tomando calmantes. Mas ver que muitas pessoas estão chamando-o de herói faz com que ela tenha um pouco mais de paz, sabe?”, afirma o estudante.
Dentre todas as mensagens recebidas, segundo o sobrinho, uma das mais significativas foi a da família que estava no carro que foi abordado pelos criminosos durante o assalto.
“Eles mandaram uma mensagem para a minha tia e meu primo dizendo que meu tio foi o único que tentou ajudá-los”, comenta. Em nota, a Polícia Civil informa que o caso está sendo investigado pelo DHPP (departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). Sobre a demora da retirada do corpo, a polícia disse que a prática não corresponde ao bom trabalho realizado e se for comprovada alguma falha no atendimento tomará as medidas cabíveis.G1