Uma tradição curiosa é a de se roubar galinhas na Sexta-feira Santa. Um dia tão solene como este, considerado de luto por todos os cristãos, ao mesmo tempo traz esse costume com jeito pagão e transgressor. A explicação para esta prática é a de que as pessoas aproveitam o dia em que o Senhor está morto, de forma que não vê os pecados cometidos, para praticar pequenos delitos.
A explicação acompanha o cristianismo que, segundo os preceitos bíblicos, ao cristão recomenda-se jejuar durante o período da Quaresma. A Sexta-feira Santa é marcada pela morte de Cristo. Um dia de vigília, oração e jejum. Tradicionalmente e popularmente conhecido como o “dia de não se comer carne vermelha”. Trata-se, portanto, mais do que uma tradição religiosa e um hábito dos antigos. É uma prática cultural institucionalizada, mesmo que alguns a contestem.
Hoje são poucos os praticantes. Muita gente não gosta da brincadeira, sobretudo as pessoas que têm seus animais capturados. Mesmo assim, a noite de Sexta-feira Santa também é noite de vigília aos galinheiros. E, após o roubo das galináceas, aguarda-se silenciosamente o sino da meia-noite. Após, o banquete está servido. Uma festa de dar inveja às orgias dionisíacas. Dizem que tem esse o sabor. É isso! Portal do Rancho