Neste sábado (24), subiu para quatro o número de vítimas dos ataques que atingiram Carcassonne e Trèbes, no sul da França, na sexta-feira. A última morte anunciada foi a do policial trocado por reféns no supermercado invadido pelo sequestrador. O criminoso, que disse fazer parte do Estado Islâmico, foi morto pelas forças de segurança – e não é contabilizado como vítima.
O ministro do Interior, Gérard Collomb, anunciou em sua conta do Twitter a morte do tenente-coronel da gendarmaria Arnaud Beltrame, de 44 anos, que tinha ficado ferido na ação. “A França nunca esquecerá sua bravura, seu heroísmo, seu sacrifício”, afirmou o ministro francês.
A ação do marroquino Redouane Lakdim, de 25 anos, começou em Carcassonne. Armado, ele roubou um carro, uma pessoa morta e outra gravemente ferida. Então ele seguiu para a região do Quartel Laperrino do 3º Regimento de paraquedistas da Infantaria da Marinha. Com uma pistola, ele feriu um militar no ombro.
Depois da ação em Carcassone, ele seguiu para Trèbes, onde fez reféns dentro do supermercado “Super U”. Ele matou um cliente e um funcionário do estabelecimento, além de deixar o policial gravemente ferido. Ao todo, 15 pessoas ficaram feridas nos ataques.
‘Soldado do Estado Islâmico’
De acordo com testemunhas, ele falou “Allahou akbar” (Alá é grande), disse ser um soldado do Estado Islâmico e estar disposto a morrer pela Síria. O Estado Islâmico reivindicou a ação, mas o vínculo direto entre Lakdim e o grupo terrorista ainda não foi constado pelas autoridades.
De acordo com Le Monde, ele pediu a liberação de “seus irmãos”. Assim, na interpretação da mídia local, ele teria pedido a libertação de Salah Abdeslam, único terrorista capturado com vida nos ataques em Paris de 13 de novembro de 2015.
O presidente Emmanuel Macron, que estava em Bruxelas no momento do ataque, classificou a ação como um ato de “terrorismo islâmico”.
Lakdim, que era morador de Carcassonne, já era conhecido da polícia por causa de pequenos delitos. Desde 2014, ele já era conhecido dos serviços de inteligência franceses por ter vínculos com movimentos radicais.
De acordo com o procurador François Molins, encarregado de investigações antiterroristas, ele chegou a ser investigado entre 2016 e 2017, mas não foi constatada nenhuma evidência de prática terrorista. “Ele passou à ação bruscamente”, observou o ministro do Interior francês.
Os serviços de segurança ainda estão investigando se o EI está realmente por trás do ataque.
Se o vínculo com o grupo extremistas for confirmado, este ataque será o 1º ataque desta dimensão desde a eleição do presidente Emmanuel Macron, em maio de 2017.
Uma mulher que morava com o Lakdim foi detida para interrogatório por suspeita de associação criminosa com fins terroristas. Um amigo dele também foi detido para averiguação.