O advogado Michael Cohen admitiu pela primeira vez, nesta terça (13), que pagou US$ 130 mil à atriz pornô Stephanie Clifford para que ela não revelasse um encontro que teve com o presidente Donald Trump, em 2006.
Cohen afirmou que fez o pagamento com recursos próprios, um mês antes da eleição, numa “transação privada” e que não envolveu membros da campanha do republicano.
Advogado pessoal de Trump há anos, Cohen sustenta, porém, que a atriz não teve um caso com o então empresário que, na época do encontro, já era casado com a ex-modelo Melania Trump. O presidente sempre negou o affair, e a Casa Branca diz que a notícia é “velha” e foi desmentida na campanha.
“Só porque algo não é verdadeiro não quer dizer que não possa causar mal. Eu sempre vou proteger Trump”, afirmou Cohen à CNN, ao justificar o pagamento à atriz.
Clifford, 38, cujo nome artístico é Stormy Daniels, teria conhecido o presidente em 2006, durante um torneio de golfe na Califórnia. Na ocasião, segundo relatos da imprensa, ela teve um breve affair com o então empresário.
Quando Trump concorreu à Presidência, em 2016, Clifford foi contatada por veículos de comunicação, que lhe ofereceram dinheiro para que contasse a história.
Foi nessa época que Cohen, que trabalhou para as organizações Trump por dez anos, realizou o acordo com a atriz.
INVESTIGAÇÃO
O pagamento a Clifford foi alvo de uma queixa na FEC, a comissão eleitoral federal dos EUA, no mês passado, movida pelo grupo Common Cause. Eles argumentam que o pagamento, feito por meio de uma companhia anônima constituída por Cohen, caracteriza uma doação ilegal a Trump.
O advogado afirmou, em nota nesta terça (13), que a transação foi legal, privada e não caracteriza uma doação de campanha. Cohen já encaminhou um ofício em resposta à FEC, que ainda não se manifestou sobre o caso.
A Casa Branca sempre refutou as acusações e nega o encontro de Trump com a atriz. Folha Press