Soro que combate veneno de abelhas será comercializado ainda em 2018

Abelhas atacam e podem matar

Pesquisas iniciadas há 20 anos pela equipe do Apiário da  Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu serão recompensadas ainda este ano, com o lançamento do primeiro soro (antiapílico) que combate a dor e a alergia decorrentes de ferroadas de abelhas.

De acordo com o departamento, cerca de 15 mil pessoas sofrem acidentes com ferroadas de abelhas todos os anos, e pelo menos 50 vítimas morrem.

O pesquisador e médico veterinário da Unesp, Rui Sealbra, explica que muitas tentativas foram feitas para desenvolver o soro, dentro e fora do Brasil, mas nenhuma iniciativa seguiu para conclusão.

“Existia soro contra picada de cobra, aranha, escorpião, mas, não havia nada para combater o veneno de abelha. Conseguimos extrair em laboratório as frações tóxicas que causam dor e alergia. Assim, a inoculação do veneno, com todas as outras substâncias necessárias à formação de anticorpos, pôde se dar sem problemas”, detalha. 

Segundo o especialista, nos primeiros anos havia três grandes obstáculos para a evolução das pesquisas. Primeiro, reduzir o impacto do envenenamento nos animais soroprodutores. Não se inventou ainda uma maneira de se fazer soros e vacinas sem eles. Sensíveis como são, os cavalos (animais padrão no Brasil para esse tipo de trabalho) com o veneno bruto ficavam prostrados no chão.

EVOLUÇÃO DA PESQUISA

O segundo desafio foi encontrar parceiro para a produção do soro: o Instituto Vital Brazil – IVB, do Rio de Janeiro, topou separar 30 de sua tropa de 215 cavalos soroprodutores para o experimento e fabricar as ampolas, cumprindo as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Esse soro vai salvar muitas vidas”, prevê o médico Edmilson Ligowski, presidente do IVB. “É um produto inédito no mundo, desenhado para atender à rede do Sistema Único de Saúde (SUS) e, possivelmente, exportar para países que têm problemas de acidentes com abelha também.”

A parceria abriu as portas para o terceiro desafio: testar o soro em humanos. Em 2013, o Ministério da Saúde fez uma chamada para ensaios clínicos com novos medicamentos de interesse público. O projeto do antiapílico foi aprovado e, em meados do ano passado, somente dois lugares do Brasil receberam autorização para usar o soro: a Faculdade de Medicina (Upeclin) de Botucatu e o Hospital Nossa Senhora da Conceição/ Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), em Tubarão (SC). Com informações do Globo Rural

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