Não são todas as vítimas de abuso sexual que se sentem confortáveis em falar sobre os trágicos episódios aos quais foram submetidas. Entretanto, a ginasta sensação dos Jogos Olímpicos do Rio 2016 Simone Biles tomou coragem para se posicionar e revelou ter sido abusada por um ex-médico da equipe de ginástica rítmica dos Estados Unidos.
“Também sou uma das muitas sobreviventes que foram abusadas sexualmente por Larry Nassar. Acredite quando digo que já chegou a ser muito mais difícil expressar essas palavras em voz alta do que agora para colocá-las em papel. Existem vários motivos para eu hesitar em contar minha história, mas eu sei que não é minha culpa”, escreveu Biles, ressaltando que não se sente mais desconfortável em relatar os acontecimentos.
“Muitas vez eu me questionei. Eu estava sendo muito ingênua? Foi minha culpa? Agora eu sei responder a estas perguntas. Não, não foi minha culpa. Não, eu não devo carregar uma culpa que pertence a Larry Nassar, à USAG e a outros”.
Em dezembro de 2017, Nassar foi condenado a cumprir 60 anos de prisão pela posse de material pornográfico infantil. Ele ainda sofre acusações que podem render uma pena de 40 a 125 anos de prisão depois de ter confessado o abuso de sete meninas.
Por mais de duas décadas, o médico integrou a equipe de ginástica dos EUA. Enquanto trabalhava na Universidade Estadual de Michigan, Nassar admitiu que abusava sexualmente de ginastas, que havia molestado uma garota que buscava tratamento e que possuía materiais de pornografia infantil.
Com a declaração, Biles passou a integrar um grupo de ginastas que afirmaram terem sido abusadas por Nassar. Entre elas, aparecem a seis vezes medalhista olímpica Aly Raisman, a campeão mundial de 2012 Gabby Douglas e a duas vezes medalhista olímpica McKayla Maroney.
Na publicação da carta, a atleta de 20 anos também pediu privacidade. “Preciso de mais tempo para trabalhar essas coisas dentro de mim.” Midiamax