
Vanessa Ricarte, em sua última foto postada no Instagram – Redes Sociais
A jornalista Vanessa Ricarte, 42 anos, contava com a escolta policial para buscar seus pertences em casa. Algumas horas antes de morrer, ela enviou um áudio por aplicativo de mensagens para uma amiga, informando:
“Estou indo com o (cita o nome de um amigo, que terá a identidade preservada) na delegacia. Vou chegar com a polícia para tirar ele de dentro de casa”, disse à amiga, em áudio primeiramente publicado no site “Comunica na TV”.
Ocorre que a escolta que Vanessa esperava contar não ocorreu. O que houve, segundo as delegadas Elaine Benicasa e Analu Ferraz, foi a oferta do abrigo da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) para que ela ficasse, o que, segundo as mesmas delegadas, foi recusado por Vanessa.
Vanessa foi com o amigo para a casa dele, mas fez uma parada em sua própria casa antes para pegar suas roupas. Ocasião em que ela foi assassinada. Caio Nascimento já estava esperando por ela.
Em mais um áudio enviado por Vanessa, agora direcionado a um outro amigo, ela se queixa da frieza com que foi atendida pela delegada plantonista na madrugada de quarta-feira, quando foi à Deam (Casa da Mulher Brasileira) pela primeira vez. Vanessa ainda afirmou que a delegada se recusou a lhe dar detalhes do histórico de agressão do noivo, o qual horas mais tarde a mataria.
“Está explicado porque não aconteceu nada com o Caio. O jeito que ela [delegada] me tratou, bem prolixa, seca”, disse Vanessa.
A jornalista continuou o desabafo ao amigo:
“Ela toda hora me cortava, e eu dizia ‘eu queria entender quem que é essa pessoa’. Foi então que ela falou para mim que não poderia passar o histórico dele, mas que eu já sabia, porque ele mesmo já havia falado das agressões. Eu disse: ‘Eu queria entender a natureza dessas agressões’, contou Vanessa.
“Parece que tudo protege o agressor”, comentou Vanessa horas antes de morrer, desabafando sobre a negativa da delegada, que justificou que os antecedentes do noivo dela são protegidos por segredo de Justiça e sigilo policial.
Correio do Estado