A máquina municipal é eficiente quanto à cobrança dos impostos, mas é relapsa no tocante à qualidade dos serviços oferecidos.
Cassilândia tem uma má gestão pública que pode ser percebida a olhos nus, em plena luz do dia: a falta de limpeza.
A administração municipal tem negligenciado na higienização da cidade de forma a comprometer o sistema público de saúde, pois o contato diário com poeira, lixo, entulho e esgoto multiplica de forma exponencial as doenças crônicas que levam milhares de pessoas anualmente aos postos de saúde, Santa Casa e em romarias cotidianas rumo a Campo Grande, Três Lagoas, Paranaíba, Rio Preto e Barretos.
A nossa principal atração turística, o Salto do Aporé, recebe todos os dias o esgoto produzido em Cassilândia, que, sem nenhum tratamento, é jogado nas águas do Rio Aporé, embora a propaganda municipal garanta que as águas da nossa cachoeira sejam “excelente” para banho.
A coleta do lixo a cada dois dias, e isso quando ocorre religiosamente, ajuda a acumular detritos de alimentos propícios para escorpiões, cobras, aranhas, ratos, baratas e outros animais que significam sério risco à população cassilandense.
Estudos ligados à saúde calculam que não existe melhor investimento do que na limpeza pública, pois cada real aplicado na assepsia da cidade significa uma economia de pelo menos quatro reais nas despesas do sistema público de saúde.
Mas os políticos não investem em rede e tratamento de esgoto porque acreditam que não dá votos; ao contrário, apostam na falência da saúde pública para fazer o toma-lá-dá-cá de favores por votos, afinal as pessoas mais desinformadas e ingênuas se sentem em dívida ao serem “ajudadas” na hora do atendimento médico ou de um simples exame ou consulta.
Boa parte das pessoas desconhece que a saúde pública é dever do Estado brasileiro, que as verbas chegam todos os meses de Brasília e que, portanto, político nenhum está fazendo favor, pois é um direito elementar de cada um ter boa assistência médica e hospitalar.
E ficamos nesse círculo vicioso: cidade suja = povo doente = assistencialismo na saúde pública = votos nas urnas.
Se nada for feito para mudar essa situação caótica, Cassilândia continuará a ser engolida pelos maus políticos e gestores públicos cuja desfaçatez dispensa comentários.
CORINO ALVARENGA
EDITOR DO CASSILÂNDIA URGENTE