Gaeco investiga suposta corrupção no alto escalão do governo do Estado do MS

Alvos foram denunciados por fraudes, corrupção e desvio de dinheiro público

Alvos foram denunciados por fraudes, corrupção e desvio de dinheiro público – Arquivo | Correio do Estado

A operação batizada de “Erasure” pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), expediu mandados de busca e apreensão contra uma organização criminosa de Campo Grande nesta quinta-feira (25).O motivo estaria relacionado ao desvio de dinheiro público e fraudes à licitação no alto escalão do Poder Executivo do Estado de Mato Grosso do Sul. Conforme o MP, os alvos da ação tiveram acesso não autorizado às informações antes da Operação “Turn Off”, deflagrada em novembro do ano passado.

Segundo o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), durante a ação de hoje, foi comprovado que os suspeitos alteraram e formataram aparelhos celulares, pois, sabiam que seriam alvo de investigação.

No final de 2023, o MPMS havia deflagrado a primeira fase da operação Turn Off, com 8 mandados de prisão preventiva e 35 mandados de busca e apreensão, nos municípios de Campo Grande, Maracaju, Itaporã, Rochedo e Corguinho.

Na ocasião, os alvos foram denunciados por fraudes, corrupção e desvio de dinheiro público na contratação de empresa pela Secretaria de Estado de Saúde, para emissão de laudos médicos, no valor de R$ 12.330.625,08.

O nome “Erasure” é da Língua Inglesa e traduzido para o português, significa apagamento, que faz referência às condutas dos investigados.

1ª fase da “Turn Off”

Em 2023, a organização criminosa fraudou licitações públicas para a “compra” de bens e serviços em geral, como aparelhos de ar-condicionado pela Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul (SED/MS).

Houve também, a locação de equipamentos médicos hospitalares e elaboração de laudos pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES/MS); a aquisição de materiais e produtos hospitalares para pacientes da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Campo Grande, dentre outros.

Segundo o MP, nesse contexto, o pagamento de propina a vários agentes públicos. Os contratos já identificados e objetos da investigação ultrapassam 68 milhões de reais. Durante os trabalhos, o GECOC confirmou  situação através de provas obtidas na Operação Parasita, deflagrada em desembro de 2022.

A operação contou com o apoio operacional do Batalhão de Choque e da Força Tática da Polícia Militar do Estado de Mato Grosso do Sul.

Turn Off em português, significa ‘desligar’. Foi originado do primeiro grande esquema descoberto na investigação, relativo à aquisição de aparelhos de ar-condicionado, e decorre da ideia de ‘desligar’ (fazer cessar) as atividades ilícitas da organização criminosa investigada.

2ª fase da Turn Off

No início do mês passado o MP, deflagrou a 2ª fase da Operação Turn Off, tendo como objetivo o cumprimento de 2 mandados de prisão preventiva e 7 mandados de busca e apreensão no Município de Campo Grande.

O desdobramento das investigações, conduzidas pelas Promotorias de Justiça com o apoio do GECOC, identificou a continuidade da prática de crimes. Os alvos das prisões preventivas foram réus e  denunciados por fraudes e desvio de dinheiro em diversas compras públicas.

São réus, desde 2022, pelo desvio de dinheiro público na compra de uniformes escolares pela Secretaria de Estado de Educação, no valor de R$ 5.610.000,00.

  • Em 2023, pelo desvio de dinheiro público na compra de produtos médico-hospitalares pelo Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, no valor de R$ 6.523.977,94;
  • Em 2024, por organização criminosa, corrupção ativa e desvio de dinheiro público na compra de aparelhos de ar-condicionado pela Secretaria de Estado de Educação, no valor de R$ 13.000.548,00. Thaís Cintra / Correio do Estado
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