Relator do pedido de liberdade que está sob análise da 2ª Câmara Criminal no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), o desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques votou contra o habeas corpus para Rubia Joice de Oliver Luivisetto, de 21 anos, presa sob suspeita de envolvimento na morte do ex-namorado, o jogador de futebol Hugo Vinícius Skulny Pedrosa, 19. Ela já teve pedido de soltura negado na 1ª instância. A prisão temporária dela vence em 4 de agosto, 30 dias após a audiência de custódia.
No pedido de relaxamento de prisão, os advogados dela, Felipe Kazuo Azuma e Alberi Rafael Dehn Ramos, alegam constrangimento ilegal, já que a jovem compareceu espontaneamente para prestar esclarecimentos à Polícia Civil e deu informações importantes para as investigações, como aponta o autor do tiro fatal contra Hugo, por exemplo. “Foi somente após o depoimento de Cleiton (trazido à investigação por Rubia) que se teve ciência de onde o corpo havia sido ocultado’, também cita a defesa.
Os defensores enumeraram ainda que “Danilo, autor do disparo, está foragido; Cleiton [conhecido como ‘Maninho’], que foi obrigado por Danilo a ajudar a ocultar o corpo, está solto; Rubia, que foi ameaçada por Danilo para não revelar a verdade e foi quem trouxe à tona a participação de todos, está presa’.
No julgamento, nesta tarde, depois do parecer do relator, o desembargador José Ale Ahmad Netto pediu vistas. Por isso, a análise só deve ser retomada na próxima terça-feira, dia 1º de agosto.
O crime – Para a polícia, a ex-namorada de Hugo e o ‘ficante’ dela, Danilo Alves, premeditaram o assassinato do jogador, em Sete Quedas – a 471 km de Campo Grande. A jovem está presa por ocultação de cadáver.
De acordo com o que foi divulgado da investigação até agora, Hugo saiu de uma festa em posto de combustíveis na cidade de Pindoty Porã, cidade paraguaia que faz fronteira com Sete Quedas, na madrugada do dia 25 de junho. Ele foi deixado por amigos na casa da ex-namorada e, desde então, não foi mais visto. A família então procurou a polícia e registrou um boletim de desaparecimento.
Uma denúncia anônima levou as buscas pelo jogador ao Rio Iguatemi. O Corpo de Bombeiros trabalhou intensamente, sem sucesso nos três primeiros dias, mas, então, a polícia chegou até ‘Maninho’ – amigo de Rubia, que confessou ter ajudado na ocultação do cadáver. Ele apontou onde o corpo do jogador foi desovado, um ponto do rio que passa por dentro da propriedade rural da família de Danilo.
No dia 2 de julho, bombeiros passaram a localizar partes do corpo da vítima. Foi então que a polícia percebeu a premeditação do crime: os envolvidos haviam cortado a vítima em pequenos pedaços.
Versão – Rubia narrou que na noite do dia 24 de junho, um sábado, foi para a festa no posto de combustíveis e saiu de lá quase de manhã. Diz que passou a noite na mesma mesa de Danilo e quando estava de saída, o rapaz pediu que ela fosse até a casa dele buscá-lo para que os dois passassem a noite juntos. Já estava quase amanhecendo quando ela decidiu deixar o local e foi até Danilo. Na casa do “ficante’, também estava Maninho.
A jovem afirma que todos seguiram para a casa dela. Maninho foi para um dos quartos, enquanto ela e o “ficante’ foram para outro. Em determinado momento, narrou a jovem, Hugo teria invadido a casa e entrado no quarto a chamando de vagabunda. Ela se levantou e tentou empurrá-lo para fora da residência, quando de repente, pelas suas costas, Danilo atirou contra Hugo.
Ela diz que Danilo mandou que todo mundo ficasse quieto ou todos morreriam e que, então, ele e o amigo colocaram o corpo no carro dela para se livrarem dele. Disse que não sabia o que havia sido feito do cadáver, muito menos do esquartejamento.
A moça afirmou ainda que não atraiu o ex-namorado para sua casa e que o fato de ele ter aparecido lá, se encontrando com Danilo armado, foi coincidência.
Credito: Anahi Zurutuza e Helio de Freitas, de Dourados / Campo Grande News