Conhecido como “Kiko”, Nelci Cassimiro, de 46 anos que assassinou a esposa a facadas após discussão disse em depoimento na tarde desta segunda-feira (24) na DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Ponta Porã, a 346 quilômetros de Campo Grande, que estava ‘cego’ no momento e que não se lembra do momento em que a esfaqueou.
Conforme informou a delegada responsável pelo caso, Kiko, durante interrogatório contou que a discussão iniciou por causa de uma foto que a esposa postou em um aplicativo.
A briga começou na cozinha. Eles tiveram desentendimento e foram até a varanda da casa, onde o marido alega que a mulher lhe deu um tapa no rosto e proferiu alguns xingamentos, momento em que ele pegou uma faca que estava próxima da churrasqueira e desferiu alguns golpes contra ela.
“Ele disse que não se recorda, nem se as crianças viram, nem quantos golpes deu. Porque ele estava ‘cego no momento’, aquele momento de intensidade né”, explicou a delegada.
O suspeito chorou bastante durante interrogatório dizendo que se arrepende do que fez e que busca perdão de Deus, por isso se apresentou à polícia.
Como já havia sido feito o pedido de prisão, que foi deferido, ele fica preso.
Conforme explicou o advogado de defesa, Jeferson Faria que estava acompanhado pela colega Raianni Almeida Passos, o cliente foi encaminhado para fazer exame de corpo de delito.
“Em depoimento contou como era relacionamento com a Ana. Narrou os fatos. Uma discussão que começou. Ela agredindo ele, puxando pela camisa, tacou bebida no rosto dele, depois deu tapa, proferia palavrões e xingamentos, depois ele tomou a medida”, explicou o advogado.
Ainda de acordo com a defesa, o acusado está arrependido principalmente pelos filhos, que sabe o que fez, vai pagar e está à disposição da Justiça.
“Ele não sabe se recordar, quantas facadas foram, onde foi e que forma foi. A gente vai aguardar o laudo para começar a montar algumas teses. Aguardamos também a perícia no celular dela, para a gente ter acesso às conversas e ver o que tinha, para ver como será o próximo passos”, declarou Faria.
“Matei bem matado”
Uma amiga de Ana Carolina Jara, de 26 anos, assassinada pelo marido, conhecido como ‘Kiko’, em Ponta Porã, passou mal ao ouvir confissão do autor do feminicídio. “Matei bem matado”, disse ele.
Ana Carolina não tinha nenhuma medida protetiva contra ‘Kiko’ e estava em processo de separação, pois não queria mais o relacionamento. Os filhos do casal, de 4 e 6 anos, presenciaram o crime.
“Ele procurou por essa amiga ontem a noite e disse: ‘eu fiz uma cagada, matei a Carol. Matei bem matado, com uma faca’. A amiga entrou em casa e passou mal”, disse a delegada. Segundo ela, não há nenhum pedido de medida protetiva registrado contra o acusado, o marido de Ana Carolina. Midiamax