Menino de 12 anos percorre 15 km para fugir da mãe

Momento em que o menino chegou com a polícia na delegacia. (Foto: Bruna Marques)

Mulher de 60 anos vai ter que dar esclarecimentos para polícia sobre o filho adotivo dela que fugiu de casa na noite de ontem (22), no Bairro Nova Lima, região norte de Campo Grande. O menino de 12 anos foi visto correndo em uma avenida do bairro, às 19h35 desta segunda-feira, e localizado por volta das 10h desta terça (23), no Centro da cidade.

Na manhã de hoje um vendedor ambulante viu o menino e acionou a polícia. Ele foi entregue pelo vendedor a uma equipe policial na Avenida Afonso Pena com a Rua 13 de Maio.

Alegações dele – De acordo com o garoto, ele apanha da mãe em casa e, por isso, fugiu. Ele carregava um saco preto contendo cobertor. À PM (Polícia Militar), também contou que dormiu em uma escola abandonada. Reclamou de fome porque não havia comido hoje.

Policiais do 1º Batalhão levaram a criança para a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente). Por coincidência, ao chegarem no local encontraram a mãe dele, que estava na delegacia registrando um boletim de ocorrência pelo desaparecimento do menino.

Ainda à polícia, o garoto afirmou que tem um irmão, que é adotado e que as agressões são recorrentes dentro da casa onde mora. Ele apresenta um machucado na perna e está com um dos braços quebrados, usando uma imobilização de gesso. A PM não sabe o motivo da lesão.

Explicações – A mulher, tutora legal do menino, disse à polícia que não o viu fugindo. “Estava dormindo, era 19h30, eu durmo cedo”, argumentou. No entanto, ela escutou um barulho no portão da residência e saiu para verificar o que estava acontecendo. Nesse momento, viu o garoto correndo para longe do local. Ela ligou para o 190 e relatou o que havia acontecido. Policiais foram até a casa e iniciaram as buscas pelo garoto, que só foi visto na manhã de hoje.

Ela também relatou que o irmão mais novo do garoto estava em casa chorando “com medo do conselho (tutelar) pegar ele”. Aos policiais a mulher alegou que o menino mente constantemente e que ela não bate nele. “Vai na escola e pergunta para o diretor, que você vai saber quem ele é”, completou.

A mãe disse que ela e o esposo adotaram o menino em 2017. Inicialmente, eles haviam adotado somente o irmão mais novo dele, de 10 anos, mas o mais velho sofreu muito, pedindo para ficar com o caçula. Assim, foi concedida a guarda dos dois irmãos para o casal. Por Liana Feitosa e Bruna Marques  / Campo Grande News

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