Cemitério erra e família tem de assistir exumação de pai e filho

Saco com restos mortais de desconhecido ao lado de túmulo aberto errado. (Foto: Direto das Ruas)

Já não bastasse a dor da perda de Helena Soares de Oliveira da Conceição, 77 anos, na hora do sepultamento a família enfrentou tristeza dobrada. A mulher encerrou a batalha após complicações de uma pneumonia no Hospital Regional em Campo Grande. O corpo seria enterrado no jazigo da família, mas, como não havia lugar, restos mortais do marido e do filho de Helena teriam de ser retirados. Porém, no momento do enterro, parentes descobriram que funcionários exumaram o jazigo errado, do vizinho.

“Erro desses é quase impossível”, segundo a neta de Helena, Daniely Oliveira, de 31 anos. Ao Campo Grande News, ela o problema não acabou por ai.

A avó faleceu na tarde de quarta-feira (16). Em seguida, os parentes fizeram todos os procedimentos com uma funerária para velório e cortejo e acionaram o Cemitério Santo Amaro, onde Helena já tinha comprado espaço há muitos anos. O processo prévio seria retirar os dois caixões, do filho e do marido de Helena, colocar em um saco especial e novamente sepultar os 3. Mas o procedimento foi feito no jazigo ao lado.

Para resolver a questão, nova exumação teve de ser feita, com toda a família,inclusive crianças, assistindo a retirada de restos mortais de familiares.

Exumação era para ser feita dos restos mortais do marido e filho de Helena. (Direto das Ruas)

“No final da tarde de ontem, fizemos o cortejo até o cemitério, haviam entre 30 e 40 pessoas, quando nos deparamos com a cova ‘vizinha’ aberta e um desconhecido havia sido exumado. Quando perceberam o erro, eles retiraram os restos mortais ali mesmo na nossa frente, na frente de crianças, amigos, familiares. Nós vimos crânio, ossos, dentes”, relatou ainda indignada com a situação.

Em seguida, os restos mortais dos familiares tiveram de ser colocados em sacos de lixo. “Eu comprei o saco específico para isso por R$ 150 e quando cheguei, lá dentro estava um desconhecido. Me pediram desculpas e devolveram o dinheiro do saco, porque não tinha mais”, explicou.

Toda a ação demorou cerca de uma hora. “É culpa do cemitério, da prefeitura. Expôs todos nós familiares enlutados. Avisamos sobre a exumação 24 horas antes do sepultamento”, reclama.

A neta ainda mostra que o jazigo onde Helena foi sepultada há fotografia do marido e do filho, enquanto a do desconhecido há apenas o nome em uma cruz, o que diferenciava também um do outro e que não há justificativas.

Em nota a prefeitura através da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) explicou que lamenta o transtorno enfrentado pelos familiares. Disse ainda que houve um erro na localidade do túmulo, que são identificados aos coveiros por número. “Houve um erro, com a abertura da sepultura que não é da família. O problema foi rapidamente resolvido e o sepultamento pode ser feito na sequência”. Campo Grande News

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