João Vitor, de 20 anos, filho de Venuzina Fátima Mendes Leite, morta a garrafadas, contou ter ficado em choque ao receber a ligação de Nilson Castro Siqueira, de 36 anos, de dentro do presídio após cometer o crime, em 2020. Nesta quinta-feira (28), Nilson passa pelo tribunal do juri.
O universitário contou que a mãe ainda estava internada na Santa Casa quando recebeu a ligação e ao atender percebeu que se tratava de Nilson, “na hora fiquei em choque sem conseguir responder”, falou. João ainda contou que ele teria dito que não faria nada com o universitário.
João ainda contou que Nilson tentava justifcar o crime afirmando que Venuzina o teria traído. Mas, já em depoimento durante os jurados, o réu negou que tenha agredido a ex-namorada e que a encontrou ocasionalmente na rua, já que ele tinha contra ele medida protetiva que o impedia de se aproximar dela por 300 metros.
Nilson ainda relatou que Venuzina havia escorregado caindo no chão e batendo com a cabeça, mas a tese foi repelida pela acusação já que um laudo da perícia indicava que as lesões na vítima não condiziam com queda da própria altura.
Ele ainda negou que estava com garrafas e que o bar onde teria ocorrido o crime teria fechado às 20 horas, e as agressões que resultara na morte de Venuzina ocorrera de madrugada. Mas, segundo a acusação seria fácil para Nilson conseguir uma garrafa já que no local ficavam esparramadas pela rua.
Invadiu a casa da vítima armado
O filho de Venuzina contou que antes do crime, no ano anterior, Nilson invadiu a casa da família armado tentando agredir a sua mãe. Já no Ano Novo, ele novamente foi até a casa e a polícia foi acionada e só depois disse, a mãe conseguiu medida protetiva, mas que não adiantou nada. “Não tenho dó dele (Nilson). A todo momento tentou negar o crime.”, disse João que afirmou que nuca teve amizade íntima com o autor, nem quando ele namorava a sua mãe.
‘Batia nela em qualquer lugar’
Uma amiga de Venuzina contou que a vítima era uma pessoa muito alegre, uma excelente pessoa, que cuidava dos filhos e da mãe de 90 anos. “Ele surtava do nada e agredia ela em qualquer lugar.”, disse a amiga que ainda revelou que ela levou Venuzina na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para registrar o BO e conseguir a medida protetiva. Ainda segundo a amiga, Venuzina havia terminado o relacionamento devido às agressões de Nilson.
O crime
O crime ocorreu no bairro Residencial Mata do Jacinto e a mulher foi socorrida desacordada pela equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Ela estava separada do autor há cerca de sete meses e havia, inclusive, uma medida protetiva contra ele. No entanto, mesmo ele usando tornozeleira eletrônica, não deixou de perseguir a mulher.
Ela foi abordada no meio da rua pelo ex, que a golpeou com uma garrafa de cerveja, em seguida a derrubou no chão, começando a desferir chutes, socos, até que ela desmaiasse. O homem só parou depois que a amiga se jogou em cima da vítima para impedi-lo e seu filho apareceu com uma barra de ferro. O autor do crime foi localizado no mesmo dia, em um bar.
Midiamax