A madrugada do último domingo (17) foi o ápice da violência no relacionamento tumultuado de um ano. Para a vítima, a tentativa de reatar o namoro acabou com um soco no lado esquerdo do rosto e cerca de 20 minutos desacordada em uma “poça de sangue”, na região da Avenida Julio de Castilhos, no Bairro Santo Amaro, em Campo Grande.
A vítima foi encontrada por uma outra mulher que passava pelo local. Quando acordou, diz que o carro dela ainda estava ligado e com as portas abertas. Seguiu para atendimento em UPA Vila Almeida, onde levou seis pontos no rosto, depois registrou boletim de ocorrência e conseguiu medida protetiva judicial, que impede a aproximação do ex-namorado, sob pena de prisão.
Ao Campo Grande News, a jovem de 27 anos diz ter sido “burra”, porque antes da agressão tentou por várias vezes “voltar com ele”. Nas redes sociais, ela também postou fotos dos ferimentos e do momento do banho que lavou de vermelho o azulejo do banheiro. Além dos cortes, a revolta é pelo abandono na madrugada que só não terminou pior “por sorte”, avalia.
“Ele me deixou ali e foi embora, levou até meu celular. Fui encontrar o aparelho depois, jogado na porta da minha casa. Ele podia ter me matado, alguém podia ter passado e feito algo”, reclama.
No dia da briga, os dois se encontraram em uma balada, ela ofereceu carona e no caminho ele teria cobrado o fato dela estar no Tinder, aplicativo de relacionamentos. Em mais uma briga feroz, como de costume, o soco certeiro no rosto fez a jovem desmaiar.
“A gente já tinha brigado várias vezes, mas nunca foi tão sério. A última coisa que lembro é do soco e da mulher me acordando na rua, fiquei uns vinte minutos lá” conta. Segundo ela, além dos pontos na maçã do rosto, “trincou meus dentes na frente”, diz. Mesmo sem falar o nome, ela decidiu falar como forma de incentivar outras jovens a denunciar a violência de um amor tóxico que pode terminar em feminicídio.
“A coisa perde o controle. Já fui algumas vezes para cima dele, mas sempre pra me defender. Me sinto muito mal, porque tentei voltar com ele. Agora eu vejo o risco”, comenta. A impunidade do suspeito revolta ainda mais a vítima. O caso foi registrado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). –
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