O último boletim epidemiológico da dengue divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), nessa quinta-feira (23), traz 51 dos 79 municípios de Mato Grosso do Sul com alta incidência de casos prováveis. Apenas dez trazem baixa incidência, enquanto outros 18 têm média incidência de casos suspeitos.
No Estado, foram 19.471 notificações de dengue apenas em 2022, número que aumentou 93,2% considerando as 10.071 notificações em 2021. Com os casos prováveis, Mato Grosso do Sul já ocupa o 7º lugar no ranking, em grau alto de incidência, dentre as demais unidades de federação.
Considerando os casos prováveis, São Gabriel do Oeste, a 130 km de Campo Grande, é uma das cidades que mais preocupam: o município registrou 1.716 casos prováveis e tem incidência de 6.304,0 casos para cada 100 mil habitantes — o cálculo possibilita dimensionar o impacto de notificações em municípios de diferentes tamanhos. No segundo lugar, está Angélica, com 4.564,6/100 mil, seguida por Ivinhema (4.564,6/100 mil), Chapadão do Sul (4.194,9/100 mil) e Ribas do Rio Pardo (3.112,2/100 mil).
Já a incidência de casos efetivamente confirmados traz Chapadão do Sul na liderança, com 4.013,1 casos a cada 100 mil habitantes. A lista traz, na sequência, Amambai (1.838,0/100 mil), Angélica (1.664,8/100 mil), São Gabriel do Oeste (1.131,5/100 mil) e Ribas do Rio Pardo (1.105,5/100 mil).
Em números absolutos, a atualização mais recente traz Campo Grande na liderança de casos de dengue confirmados: até o dia 22, foram reportados 3.809 casos. O município é seguido por Chapadão do Sul (1.038), Amambai (727), Dourados (654), Três Lagoas (512) e São Gabriel do Oeste (308). O boletim ainda traz que quatro localidades não tiveram casos reportados. São eles: Bodoquena, Eldorado, Ladário e Pedro Gomes. Clique AQUI para conferir os indicadores na íntegra.
Mortes por dengue
Em 2022, já foram reportados à SES 14 óbitos decorrentes de dengue em Mato Grosso do Sul — o mesmo número foi registrado ao longo de todo 2021, enquanto em 2020 foram 43 mortes. O menor índice da série histórica foi de 3 óbitos, em 2017.
Das mortes registradas neste ano, 6 foram de residentes em Campo Grande, 2 em Chapadão do Sul, e 1 em Guia Lopes da Laguna, Dourados, Itaporã, Douradina, São Gabriel do Oeste e Aparecida do Taboado, cada. Somente no mês de junho, foram 2 óbitos, contra 4 em maio, 6 em abril e 2 em março.
O último relato foi de uma criança de 11 anos, residente em Dourados, a 222 km de Campo Grande. Segundo a SES, a vítima apresentou os sintomas da doença no dia 23 de maio e morreu no dia 2 de junho. As causas da morte foram confirmadas como sendo pela dengue no dia 9.
Sintomas da dengue
A dengue apresenta alguns sintomas ou sinais de alerta que podem surgir após um quadro de febre. Confira:
- Dor abdominal intensa e contínua ou dor à palpação do abdômen;
- Vômitos persistentes;
- Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, pericárdio);
- Sangramento de mucosas;
- Letargia ou irritabilidade;
- Hipotensão postural (é a diminuição súbita da pressão arterial ao se levantar de uma posição deitada ou sentada, principalmente quando de maneira brusca);
- Hepatomegalia maior do que 2 cm;
- Aumento progressivo do hematócrito.
Pessoas que viajaram nos últimos 14 dias para um local com transmissão da dengue e apresentarem febre entre 2 e 7 dias em conjunto com pelo menos 2 sinais de alarme também devem ficar atentas. Confira os sintomas de alarme:
- Náuseas, vômitos;
- Exantema (manchas avermelhadas no corpo);
- Mialgias (dor muscular), artralgia (dor nas articulações);
- Cefaleia (dor de cabeça), dor retro-orbital (dor nos olhos);
- Petéquias ou prova do laço positiva;
- Leucopenia (é quando o número de leucócitos, que são as células de defesa do sangue, está baixo; é verificado através do exame hemograma).
Medidas de prevenção
Para se prevenir da dengue e frear a transmissão do mosquito Aedes aegypti é preciso evitar água parada e tomar algumas medidas de combate, como:
- Manter bem tampados tonéis, caixas e barris de água;
- Lavar semanalmente com água e sabão tanques utilizados para armazenar água;
- Manter caixas d’água bem fechadas;
- Remover galhos e folhas de calhas;
- Não deixar água acumulada sobre a laje;
- Encher pratinhos de vasos com areia até a borda ou lavá-los uma vez por semana;
- Trocar água dos vasos e plantas aquáticas uma vez por semana;
- Colocar lixos em sacos plásticos em lixeiras fechadas;
- Fechar bem os sacos de lixo e não deixar ao alcance de animais;
- Manter garrafas de vidro e latinhas de boca para baixo;
- Acondicionar pneus em locais cobertos;
- Fazer sempre manutenção de piscinas;
- Tampar ralos;
- Colocar areia nos cacos de vidro de muros ou cimento;
- Não deixar água acumulada em folhas secas e tampinhas de garrafas;
- Vasos sanitários externos devem ser tampados e verificados semanalmente;
- Limpar sempre a bandeja do ar-condicionado;
- Lonas para cobrir materiais de construção devem estar sempre bem esticadas para não acumular água;
- Catar sacos plásticos e lixo do quintal.
*Midiamax, Guilherme Cavalcante