Polícia tenta identificar se câmeras escondidas em lanchonete filmaram adolescentes ou crianças

Polícia tenta identificar se câmeras escondidas em lanchonete filmaram adolescentes ou crianças

Polícia tenta identificar se câmeras escondidas em lanchonete filmaram adolescentes ou crianças

Passam por perícia os três celulares apreendidos com o comerciante de 47 anos, que instalou câmeras escondidas na lanchonete a qual é proprietário, no Centro de Campo Grande. Os aparelhos foram apreendidos na segunda-feira (23), após funcionárias denunciarem o caso.

Segundo a delegada Ana Paula Trindade, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), as funcionárias perceberam os fios no banheiro feminino da lanchonete e embaixo do caixa. Como as câmeras são muito pequenas, só depois foram descobrir que se tratavam de câmeras escondidas.

Elas desconfiaram e, após o patrão viajar e deixar o celular no estabelecimento, elas acabaram descobrindo as imagens filmadas, armazenadas no aparelho. Segundo a delegada, foram encontradas centenas de imagens.

As câmeras eram posicionadas intencionalmente para filmarem as , tanto no banheiro quanto embaixo do caixa. Perícia analisa se há imagens de crianças ou adolescentes, o que pode acarretar no indiciamento pelos crimes previstos no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Até o momento, o comerciante responde pelo armazenamento de imagem, que pode resultar em  de 6 meses a um ano de detenção, em regime fechado ou semiaberto. Ele alegou que não compartilhou as imagens, o que também será analisado pela Perícia.

Queria filmar a cunhada

Câmeras foram apreendidas
Uma das câmeras apreendidas pela polícia, nesta segunda-feira (23)

Segundo relato do homem, ele estaria usando as câmeras na lanchonete, no Centro de Campo Grande, apenas entre 6 e 8 horas, período em que ele não fica no caixa. Ele confirmou, no entanto, que filmou a cunhada no banheiro da edícula de casa, onde uma das câmeras foi apreendida.

Com as câmeras instaladas, o filho da cunhada, um adolescente de 15 anos, também teria sido filmado, mas segundo o comerciante, sem intenção. O suspeito revelou que comprou as câmeras pela internet, aproximadamente dois anos atrás.

Neste período, as câmeras ficaram na casa do comerciante, no banheiro da cunhada, aos fundos da residência. Depois, resolveu usar as câmeras na lanchonete, no caixa e no banheiro feminino. O homem relatou que “está arrependido” e que teve essa atitude “por arte de criança”.

Ele disse ainda que tinha apenas curiosidade sobre como as câmeras funcionavam, sem intenção de divulgar ou vender as imagens. Há aproximadamente um mês as câmeras já não funcionam mais, disse o comerciante no interrogatório, na Deam.

Denúncia e câmeras apreendidas

De acordo com a polícia, foram apreendidas uma câmera no banheiro da lanchonete, uma câmera que ficava abaixo do caixa, onde filmava as funcionárias de baixo para cima e uma terceira dentro do banheiro da própria casa do suspeito. Ainda segundo a polícia, no momento das apreensões, as câmeras não estavam ligadas.

Após a abordagem, na tarde desta segunda, ele foi levado à delegacia para prestar depoimento. Segundo a delegada Ana Luiza Noriler, não houve situação de  durante a diligência, e, por isso, ele prestou esclarecimentos e foi liberado. As duas funcionárias do local, de 33 anos, também foram ouvidas. “Foi feito a perícia e as apreensões”, disse a delegada.

A câmera que fica abaixo do caixa, de acordo com uma das funcionárias, foi descoberto na semana passada. E, no último sábado (21), o comerciante deixou o celular na lanchonete e viajou. O celular, é de uso comercial do local, segundo a trabalhadora.

As duas então viram os vídeos no aparelho, durante o sábado, não foram trabalhar nesta segunda-feira (23) e então acionaram a polícia. Ainda de acordo com uma das mulheres que trabalha no local, o comerciante possui três celulares.

Segundo ela, havia muitos vídeos do banheiro, no aparelho. “Nós ficamos assustadas, com vergonha. Vimos os vídeos de várias mulheres. Só não vimos os nossos”, disse. Ela conta que havia vídeos gravados desde 2018. A Polícia Civil segue em investigação sobre o caso.

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