Mato Grosso do Sul ultrapassa 120 mortes violentas no 1º trimestre do ano

Mato Grosso do Sul ultrapassa 120 mortes violentas no 1º trimestre do ano

Feminicídios (mulheres assassinadas por homens com relação afetiva) endossam números

Mato Grosso do Sul continua em destaque no mapa da violência e, nos três primeiros meses deste ano, contabilizou 121 mortes violentas, conforme levantamento do G1. No mesmo período de 2021, o registro foi de 103 mortes. E o total de óbitos chegou a 485. Morte de mulheres vítimas dos próprios maridos ou ex-companheiros endossam os índices.

Os pesquisadores monitoram todos os dados de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte. Este ano, a somatória do Estado já tem 18 vítimas a mais que ano passado. Porém, num comparativo com o estado do Mato Grosso, que teve 776 mortes violentas em 2021, o MS contabiliza 485 assassinatos.

Segundo o mapa, a taxa mensal de mortes é de 1,37 em MS. Mato Grosso do Sul teve 491 mortes em 2020; 466 em 2019; e 481 no ano de 2018.

(Mapa da Violência – Imagem: Reprodução/G1) 

Feminicídios

Mulheres mortas por homens, atuais e ex-companheiros, fazem parte destes números absurdos. Em MS, 14 mulheres morreram de formas brutais nestes primeiros cinco meses de 2022.

A última delas foi a diarista Elenice Pinto Martins, de 48 anos, assassinada pelo marido Delzimar Alves do Nascimento, 49 anos na madrugada do último sábado (14), no bairro Vila São Caetano, em Campo Grande.

(Delzimar matou a esposa Elenice. Foto: Divulgação)

Um dos primeiros casos foi em 15 de janeiro, quando Marli Fonseca Tavares não resistiu às agressões sofridas no Natal, em Sete Quedas, e morreu no hospital. O suspeito foi preso.

Tortura 

Dos vários casos, o que mais chocou foi o de Francielle Alcântara Guimarães, 36 anos, no Portal Caiobá, em Campo Grande. A vítima supostamente traiu o marido, Adailton Freixeiro da Silva, 46 anos.

Este, por vingança, passou o mês de janeiro promovendo torturas físicas e psicológicas contra a vítima.  Francielle sofreu queimaduras, corte de cabelo, dentes quebrados e algo que o delegado do caso, Camilo Kettenhuber Cavalheiro, disse ter se espantado, diante de tamanha crueldade:

‘’Ele batia nas nádegas dela, até tirar a camada de pele… a Francielle não tinha mais epiderme, já estava na camada de gordura… ela usava uma bandagem para poder sentar’’, lamentou o policial.

A vida de sofrimento de Francielle teve fim no dia 25 de janeiro. Adailton fugiu por seis dias, até ser preso em Cuiabá (MT).

Créditos infográfico

Edição: Camila Rodrigues da Silva, Clara Velasco, Felipe Grandin, Gabriela Caesar e Thiago Reis (Conteúdo), Guilherme Gomes e Rodrigo Cunha (Infografia) e Fabíola Glenia (Vídeo)

Design: Alexandre Mauro
Desenvolvimento: Antonio Lima

 

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