Sem entrar em detalhes sobre o crime, a família da mulher, de 30 anos, baleada durante a tentativa de feminicídio, no bairro Nova Lima, em Campo Grande, disse que o namorado, de 27 anos, surtou e atirou com ela, estando embriagado. Após balear a namorada, ele atirou contra a própria cabeça e segue internado em estado grave na Santa Casa, nesta quinta-feira (15).
Ainda assustados com o caso, a família disse que o suspeito não é violento e a vítima nunca precisou registrar boletim de ocorrência sobre agressões. O problema teria sido causado por “cachaça”, disse uma familiar, que preferiu não se identificar.
Antes da discussão, a vítima havia chegado na casa junto com o filho, do barbeiro. O menino presenciou a cena.
A funcionária de uma farmácia, Karen Michelly, de 20 anos, que presenciou o crime, contou que o casal saiu da casa brigando até o meio da rua. O suspeito estaria calmo, o cunhado e a vítima estariam pedindo para ele guardar, mas não conseguiu entender o que o suspeito falava. Ela afirma que ele escondia o revólver, até estranhou a forma como ele manuseava a arma: “Pensei que ele fosse policial, parecia experiente”.
Ela ouviu quatro disparos, a vítima foi atingida e conseguiu correr, sangrando, provavelmente para pedir socorro no pelotão da Polícia Militar do bairro. Ouviu o cunhado pedir para que ele se acalmar, e retornaram para casa. Neste momento outros moradores começaram a ver o que acontecer.
Segundo a delegada Jennifer Estevam, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), o suspeito tinha registro de caçador, por isso, teria experiência com o revólver, que foi apreendido.
Caso
Antes de atirar na própria cabeça, o suspeito, de 27 anos, de balear a namorada, na tarde de quinta-feira (14), negou ajuda em negociação com a Polícia Militar. O rapaz atirou na mulher de 30 anos, no bairro Nova Lima. De acordo com a última atualização do estado de saúde, ele segue internado na Santa Casa de Campo Grande, em estado grave, intubado e sedado.
Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, o cunhado tentou segurar o suspeito enquanto a vítima seguiu para o pelotão da PM no bairro pedir socorro. Chegando nos fundos da residência, o policial o encontrou com a arma na mão sentado. Foi iniciada a tentativa de negociação, pedindo para ele tirasse o dedo do gatilho e deixasse o revólver. Ele disse ‘já era, senhor’, e em seguida atirou.
O casal teria brigado durante a tarde, supostamente pela desconfiança de uma traição. O homem, com a pistola em mãos, fez um disparo que atingiu o braço da vítima. Ela também correu para pedir socorro e foi até a rua, quando o irmão a defendeu, entrando na frente.
Uma vizinha, de 21 anos, relatou que o casal tinha uma rotina normal. Eles estavam juntos há aproximadamente um ano. O histórico familiar era conturbado, já que o pai da vítima de tentativa de feminicídio foi assassinado no bairro, há dois meses.
“A confusão começou do nada, no meio da rua”, disse a vizinha. De acordo com ela, o homem gritava que mataria a mulher, quando aconteceram os disparos e a vítima saiu correndo ensanguentada. O caso foi encaminhado para na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).
Segundo a Santa Casa, a vítima foi atendida na área vermelha, com um ferimento de raspão na coxa direita. Foi solicitado exames de imagens para avaliação da ortopedia. Paciente consciente e orientada. Ela segue internada.
(Com Graziella Almeida e Renata Portela)
Midiamax