O vigia noturno Valdeci Vitorino do Nascimento, 50, preso há três dias acusado de matar o próprio pai com facadas no pescoço e queimar o corpo no quintal de casa, foi levado na manhã de hoje (18) para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados).
Valdeci foi preso na manhã de terça-feira (15) após a sobrinha e o irmão dele encontrarem os restos mortais de Josué Vitorino do Nascimento, 72, no meio das cinzas deixadas pela fogueira feita para queimar o corpo. Ele passou três dias em uma cela da 1ª Delegacia de Polícia Civil e hoje foi levado para o presídio.
Aos policiais militares que chegaram primeiro à casa localizada no Jardim Maipú (região leste da cidade), Valdeci disse ter matado o pai para acabar com o sofrimento do idoso. Cadeirante, Josué tinha problema na garganta e se afogava durante as refeições, segundo o criminoso. Valdeci era responsável legal pela guarda do pai.
O vigia noturno repetiu a história em entrevistas quando chegava à delegacia depois de ser preso, mas no depoimento formal ele negou o assassinato. Disse que o pai morreu ao cair da cadeira e bater a cabeça no chão. Confessou, no entanto, ter queimado o corpo.
Imputável – Na audiência de custódia, na quarta-feira (16), ele ficou em silêncio. A defesa pediu liberdade provisória (ou internação compulsória) e instauração de incidente de insanidade mental.
No dia em que Valdeci foi preso havia informação extraoficial de supostos problemas mentais. Entretanto, o vigia noturno está afastado do trabalho para tratamento de alcoolismo, como ele próprio disse em depoimento à polícia.
O juiz Eguiliell Ricardo da Silva, da 3ª Vara Criminal, rejeitou o pedido de internação provisória e instauração de incidente de insanidade mental por não existir até agora prova ou laudo pericial atestando eventual inimputabilidade, ou seja, quando a pessoa não é capaz de responder por seus atos.
Eguiliell Ricardo da Silva citou que Valdeci já tinha histórico de violência por ameaçar matar o genro com uma faca de mesa, semelhante à usada por ele para assassinar o próprio pai. O magistrado também determinou perícia no celular do vigia noturno, solicitada pelo Ministério Público.
O crime – Valdeci e o pai moravam em casas separadas, mas no mesmo quintal, na Rua Epifânio Ribeiro, no Jardim Maipú. Josué foi morto no domingo (13) à noite. Valdeci teria passado toda a segunda-feira queimando o corpo no quintal.
A incineração do corpo com papel e pedaços de madeira durou o dia inteiro e a noite de segunda-feira. Na manhã em que os restos mortais foram encontrados ainda havia fumaça saindo da fogueira. Valdeci disse que cuidava do pai há pelo menos 15 anos. Casado por 34 anos, o vigia foi abandonado pela mulher há duas semanas.
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