Jair Boni (PSDB), prefeito de Cassilândia, município distante 430 quilômetros, afirmou que para conceder o reajuste de 33,23% no piso dos professores da rede municipal, aprovado pelo presidente Jair Bolsonaro, terá que por outro lado, retirar um benefício de 25% referente à regência de classe, conquistado há décadas pela categoria.
A professora aposentada Tânia Mara De Morais Silva, presidente do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação) local, disse que a classe ainda está em negociação com a prefeitura, mas que esta primeira proposta apresentada pelo prefeito não agradou, justamente por dar um benefício em detrimento de outro.
“Se for assim, na verdade o aumento vai ser só de 8%”, disse. Ela explicou que a gratificação pela regência de classe é uma conquista antiga dos professores e questionou se outras categorias, que também receberam reajustes, terão suas gratificações retiradas. “Tem gratificação que é de 100%, então porque tirar essa da educação?”.
“[…] cumpre-me responder e informar que este Executivo Municipal se compromete a garantir o reajuste do piso do Magistério de 33,23% aos professores da rede municipal de ensino. Entretanto, informo ainda que o Executivo Municipal procederá a retirada da regência de classe de classe conferida aos respectivos docentes”, lê-se no ofício enviado pelo prefeito.
A sindicalista afirmou ainda que a previsão é de que Cassilândia receba cerca de R$ 15 milhões em 2022 por meio do Fundeb (Fundo Nacional de Valorização do Ensino Básico ), conforme já divulgado no próprio orçamento do município. “Esse dinheiro é para investimento em educação, é pra isso”, ressaltou a professora, que vai apresentar a proposta em assembleia. Midiamax