Francielle Guimarães Alcântara, de 36 anos, foi encontrada morta em casa nesta quarta-feira (26), no Caiobá, após passar aproximadamente um mês em cárcere privado e sendo torturada pelo marido, Adailton Freixeira da Silva, de 46 anos. Ele está foragido pelo feminicídio da esposa, que foi estrangulada.
Conforme o delegado Camilo Kettenhuber, da 6ª Delegacia de Polícia Civil, a mulher foi encontrada morta em casa e a princípio o caso foi tratado como morte natural. No entanto, no laudo da funerária, o delegado percebeu lesões. O corpo foi encaminhado para verificação do óbito e o médico então retornou, alegando que as lesões não eram compatíveis com morte natural.
Assim, o corpo de Francielle foi encaminhado ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde foi confirmada a morte violenta. Francielle foi vítima de estrangulamento, asfixiada com um cordão em volta do pescoço. No corpo, várias outras lesões, dente quebrado, unhas quebradas, ferimentos na cabeça, o cabelo totalmente cortado, evidenciavam a tortura que ela sofreu por pelo menos um mês.
Ainda conforme o delegado, familiares procuraram a delegacia e relataram que Francielle era mantida em cárcere pelo marido. Ela teria confessado a ele um relacionamento extraconjugal, quando as torturas começaram. A mulher era proibida de sair de casa, mantida em cárcere privado, sem poder se comunicar com os familiares ou qualquer outra pessoa.
Na casa também viviam o filho do casal, de 17 anos, e um mais novo, de 1 ano e 8 meses, que seria fruto do relacionamento extraconjugal da vítima. Francielle era frequentemente torturada com faca, teve o cabelo cortado pelo marido, apresentou vários hematomas por todo o corpo e, segundo a polícia, as nádegas da vítima estavam sem a pele, cobertas com bandagens.
Equipes da 6ª DP e GOI (Grupo de Operações e Investigações) iniciaram trabalho de campo e localizaram o filho do casal, que foi ouvido, bem como outros familiares. Na casa, foi feita perícia e objetos usados nas agressões apreendidos, bem como o objeto que teria sido usado no estrangulamento.
Imagens de câmeras de segurança flagraram o autor saindo da residência, momentos após o feminicídio. Ele está foragido e o caso será investigado pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) como cárcere, tortura e feminicídio. Midiamax