Recicladores acham R$ 30 mil em envelopes, pensam em dividir, mas decidem devolver; “não era nosso”

Os cooperadores que acharam os dinheiro antes de ser triturado.

O valor encontrado no lixo é equivalendo a dois anos de trabalho de cada um deles

Um grupo de trabalhadores de uma cooperativa de reciclagem localizada no bairro Pedra 90, em Cuiabá, encontrou, na tarde de ontem, quarta-feira (26. maio), aproximadamente R$ 30 mil que estavam prontos para serem triturados com outros papeis.

A cooperativa é credenciada à uma agência bancária e recebe envelopes e demais papeis para passarem pelo processo de reciclagem. O funcionário que coordena a máquina utilizada para triturar os papeis, foi surpreendido ao encontrar as cédulas.

A cooperada Fátima Ferreira de Almeida, de 41 anos, contou ao G1 que o colega de trabalho, Osvaldo de Souza, estava triturando papéis enviados pela agência quando encontrou o primeiro pacote de dinheiro, com R$ 1,9 mil.

“Ele chegou na sala onde eu estava e me entregou o envelope contando que tinha encontrado. Eu chamei outra cooperada e pedi para acompanhá-lo no trabalho de trituração e aí eles passaram a procurar e encontraram mais envelopes e foram guardando”, contou.

Depois de terminarem o trabalho, os cooperados pararam para contar o dinheiro dos envelopes encontrados e a soma foi de R$ 28.836.

“Deixamos o dinheiro trancado no escritório e fomos conversar sobre o que faríamos com aquele valor”, disse.

A princípio, os cooperados pensaram em dividir o dinheiro entre os 27 trabalhadores da empresa.

“Não seria o certo, porque o dinheiro não era nosso, mas se fosse para dividir, que fosse entre todos os funcionários, porque somos uma família e trabalhamos juntos”, disse.

Na dúvida, os profissionais decidiram pedir ajuda a outros colegas antes de tomar a decisão.

“Na hora [da conversa], chegou o motorista e o ajudante e eu perguntei o que eles fariam se encontrassem dinheiro no lixo. Um disse que chamaria a polícia, pois o dinheiro não era dele. O outro também concordou. Então falei: ‘é isso que vamos fazer’, e todos concordaram”, explicou.

Segundo Fátima, ela e os colegas de trabalho entraram em contato com o administrativo da empresa, que ligou para o banco, em seguida.

O gerente da agência acionou o Batalhão de Operações Especiais (Bope), que acompanhou a entrega dos envelopes ao banco e registrou um boletim de ocorrência na Central de Flagrante.

A reportagem entrou em contato com o Banco do Brasil, responsável pela agência, para saber como o dinheiro foi descartado, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.

A faixa salarial de um catador de material reciclável é de cerca de R$ 1,2 mil mensal. O valor encontrado no lixo é equivalendo a dois anos de trabalho.

Compartilhe:
Posted in Noticias and tagged .