Crônica da Vida: Você está bem?

Sinceramente, eu não lembrava a última vez que me perguntaram isso querendo saber realmente como eu me sentia.

A vida é uma corrida e agora não falo do ato de correr, mas dessa mania de que parecemos sempre estar com algo para fazer, pensar, como agir, dizer e prosseguir. Todos sem excessão vivem boa parte do dia assim: trabalho, sonhos, alimentação, relacionamento, amizades, família, saúde, isso não é ruim. Mas, convenhamos que é uma infinidade de pautas para resolver e, sim, elas não tem fim.

A verdade é que entra ano e sai ano e nós sabemos pouco das pessoas. Queremos saber o que elas fazem e no que temos em comum, não conhecer quem elas são. Afinal, a essência de cada um demanda tempo.

Perguntamos o dia todo qual aplicativo, qual o sapato, batom, tênis, loja, viagem, o lugar, como é isso, aquilo… Mas não paramos para perguntar se alguém está bem. Como essa pessoa realmente se sente, como está indo o dia, a vida e os planos. Será que realmente estamos interessados em algo além do que nos convém?  É duro de pensar e admitir.

Dia desses surgiu o momento em que alguém me perguntou se eu estava bem. Disse rápido e rasteiro que sim. A mesma pessoa refez a pergunta “Tá, mas você está bem?”. Foi quando percebi: ela realmente queria dividir o peso do meu dia. Alguém que tinha os seus compromissos, sua vida, afazeres, problemas e, ainda assim, queria jogar papo fora. Queria ouvir eu reclamar dos pêlos que nunca acabam, da quantidade de dúvidas, dos medos e da alegria de ter acertado um bolo naquela semana. Eu falava e a pessoa sorria – ouvir e enxergar o próximo traz a sensação de que não estamos só no mundo. O verdadeiro ato de ser humano.

“Você está bem” não é educação, mas um convite para quem deseja ouvir de outro mundo, não exatamente os segredos, mas aquilo que se têm a dizer e sentir.

Da vida, só levamos as experiências e o que cativamos. É preciso sentir e aprender mais com o ao redor. Independente da velocidade da vida o freio e o acelerador está dentro de nós. Acelere quando precisar, mas freie sem culpa quando sentir que deve. Tudo bem? Espero de coração que sim.

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Rancor deu espaço ao perdão e hoje Edenize é só gratidão ao pai morto

 
Edenize visita o túmulo do pai no cemitério Santo Antônio, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

Edenize visita o túmulo do pai no cemitério Santo Antônio, em Campo Grande. (Foto: Paulo Francis)

 Quem se depara com o respeito da dona de casa Edenize Pereira Gomes Ratier Gonçalves, 50, diante do túmulo do pai – falecido há 24 anos – não imagina que, há pouco tempo, as lembranças de sua infância com ele eram preenchidas pela dor e medo. A homenagem neste Dia de Finados (2), no cemitério Santo Antônio, acontece depois que o rancor por ter apanhando tanto dele ficou no passado: hoje, ela só se recorda do único abraço recebido do pai.

Ela conta que, quando era criança, tinha um verdadeiro pavor do pai. “Ele era muito bravo e batia demais em mim. Durante anos, eu senti um rancor enorme. Isso me atormentava em pesadelos frequentemente”, lembra.

A dona de casa se recorda que em toda a sua infância, recebeu apenas um único abraço do pai. “Nem me lembro do motivo, só da sensação”, balbucia.

O perdão aconteceu depois que ela recebeu um convite para entrar em uma igreja da Capital, onde foi pedido que todas as pessoas presentes falassem sobre suas mágoas.

“Nesse mesmo dia eu sonhei com meu pai. Dizia que ele não iria mais me bater e que eu estava de partida. Ele então falou: “não, eu que vou embora”, e saiu em paz, de mãos dadas com uma criança”, se recorda.

“Entendo que foi uma espécie de limpeza mental, porque nunca mais tive pesadelos com ele. Imagino que ele era rígido porque queria me educar do jeito dele. Hoje, não guardo mais mágoa”, afirma.

Movimento no Memorial Park, nesta quinta-feira (2). (Foto: Lucimar Couto)Edenize já havia passado por outros dois cemitérios nesta manhã, antes de visitar o pai. Não vai sempre por causa da correria do dia a dia. Mas, neste feriado, fez questão de “conversar” com o pai; talvez o que não foi dito naquela época.

Movimento no Memorial Park
Como a dela, muitas outras histórias permeiam as famílias que visitam os cerca de 14 mil jazigos do Santo Antônio. O movimento não é dos mais intensos. Para o local, a estimativa da prefeitura é de aproximadamente 15 mil pessoas neste feriado. Campo Grande News
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Cassilândia: Amanhã começa o Aero Churrasco no aeroporto com transporte grátis

O vice-prefeito Dr. Eltes de Castro confirmou agora à noite que o evento Aero Churrasco começará amanhã, sexta-feira (3), a partir das 14h (MS), com os shows dos pilotos e seus aviões nos céus de Cassilândia.

Haverá transporte gratuito para os moradores com saída no Parque de Exposições da Festa do Peão já a partir das 8h da (MS), havendo paradas num trajeto que envolve a Praça São José, a Rua Sebastião Leal e a Avenida Presidente Dutra.

Vale lembrar que o churrasco é gratuito para os pilotos e promotores do evento e haverá barracas com lanches e alimentos à venda ao público na área externa do aeroporto.

A APAE de Cassilândia deverá colocar uma barraca com artesanatos e produtos à venda como forma de arrecadar fundos para a entidade que cuida de mais de 100 pessoas especiais.

Para se informar sobre o evento entre em contato com o Márcio (98128-1641), Carlinho (99968-8484) e Dito (98135-8792).

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Mulheres garantem renda extra lavando túmulos em Dia de Finados

Segundo a Prefeitura de Campo Grande, a expectativa era de um público de 165 mil pessoas.

Com carrinho de mão, Rosemy carrega tudo que precisa para não dispensar nenhum serviço (Foto: Paulo Francis)
Com carrinho de mão, Rosemy carrega tudo que precisa para não dispensar nenhum serviço (Foto: Paulo Francis)

Há 46 anos, a aposentada Joana França da Costa, 70 anos, garante a renda extra da família fazendo a limpeza de túmulos e capina em cemitérios em Dia de Finados. “Trabalho aqui porque gosto. Antes vinha todos os dias, agora que a idade chegou a rotina de trabalho diminuiu um pouco”, relata a idosa enquanto limpava um dos túmulos no Cemitério Santo Antônio.

Segundo a Prefeitura de Campo Grande, a expectativa era de um público de 165 mil pessoas. Sendo esperados 15 mil visitantes no Cemitério Santo Antônio, 100 mil no Santo Amaro e 50 mil no Cemitério São Sebastião (Cruzeiro).

Empurrando um carinho de mão, Rosemy Gomes Cruz, 55 anos, carregava seus equipamentos de trabalho: rastelo, vassoura, balde e pano de chão. Ela conta que no Dia de Finados chega a faturar de R$ 250 a 300. “Gosto daqui. É um trabalho tranquilo. Ninguém enche o saco”, relata a mulher que às 6h30 começou com a lida no Cemitério Santo Amaro, que abriga 14 mil sepulturas.

Os vendedores ambulantes também aproveitaram o dia para ganhar dinheiro. A Aline Gomes apostou na venda de pasteis com sabores de carne e queijo. “Chegamos 3 horas da manhã. Pretendemos vender 800 pasteis”, diz animada a comerciante que há 4 anos vai para a frente do cemitério vender comida.

Animada, Mirtes Centurião, 79 anos, montou uma barraca de flores, velas e coroas. “Não saio daqui com menos de R$ 1 mil no bolso. Conforme vamos vendendo, meu marido vai repondo a mercadoria”, conta a vendedora.

Aline pretendia vender pelo menos R$ 800 pasteis (Foto: Paulo Francis)
Campo Grande News
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Passageiro de lancha que afundou fala sobre tensão até o resgate e comenta selfie de amigo: ‘Era pra ser uma coisa nossa’

Lancha com oito passageiros afundou a caminho de Morro de São Paulo, no baixo sul da Bahia, na manhã desta quinta-feira (2). Todos sobreviveram.

Ocupantes da lancha foram socorridos por outra embarcação após três horas de naufráfio na Bahia (Foto: Divulgação/Graer)

Ocupantes da lancha foram socorridos por outra embarcação após três horas de naufráfio na Bahia (Foto: Divulgação/Graer)

Um dos passageiros da lancha particular que naufragou a caminho de Morro de São Paulo, no baixo sul da Bahia, o músico e empresário Moisés Sande afirmou que chovia bastante e que o mar estava revolto quando a embarcação começou a afundar.

Em entrevista ao G1, ele disse que a sobrevivência dos oito ocupantes só foi possível graças aos equipamentos de segurança presentes na lancha.

“Todos estavam com coletes salva-vidas, o que deu uma certa tranquilidade para ficarmos aguardando por três horas o socorro dentro do mar”.

Sande conta que o grupo de amigos, que contava com seis homens e duas mulheres, partiu de Salvador rumo a Morro de São Paulo por volta das 7h40 desta quinta-feira (2). Após uma hora de viagem, sob forte chuva, ele diz que a tripulação sentiu um forte impacto.

“Parece que bateu em um toco. A lancha foi perdendo velocidade. Quando levantamos o alçapão, que fecha os motores, muita água. O motor apagou. Vimos uma ruptura no casco e começamos a tirar a água com o balde. De quando o motor parou, demorou só dez minutos para afundar”, detalhou.

Embarcação que naufragou estava com oito ocupantes na Bahia (Foto: Divulgação/Graer)

Embarcação que naufragou estava com oito ocupantes na Bahia (Foto: Divulgação/Graer)

Antes do naufrágio, quando os ocupantes perceberam que algo de errado estava acontecendo, Sande disse que os passageiros acionaram o 190 e também um grupo de lanchas [de pilotos] em aplicativo de bate-papo no celular. “Foi nesse grupo que um amigo do nosso capitão viu e conseguiu chegar com outra lancha para nos dar socorro”. O resgate foi feito por meio da lancha “Lulu V”.Até o socorro chegar, Sande conta que o grupo ficou três horas no mar revolto. Antes do naufrágio, os ocupantes conseguiram retirar um dos assentos da lancha, que serviu como apoio para os passageiros. “Serviu de coroa, para que ficássemos abraçados ao redor. Foi muito tenso”.

Antes da lancha afundar, Sande explica que conseguiu amarrar as malas e jogar ao mar com o celular, que era a prova d’ água. Foi por meio do equipamento que foi possível pedir socorro. Ele conta que um outro amigo também tinha celular a prova d’ água e acabou aparecendo nas imagens do polícia fazendo selfie no momento do resgate.

Graer foi acionado para prestar socorro a passageiros de lancha que naufragou (Foto: Divulgação/Graer)

Graer foi acionado para prestar socorro a passageiros de lancha que naufragou (Foto: Divulgação/Graer)

Sobre a situação, Sande disse que os ocupantes mandaram fotos para familiares mostrando que tudo estava bem e que registaram a situação para ficasse como arquivo pessoal e não para divulgação.

“Durante o resgate, a sensação foi de alegria. Registramos aquele momento entre a gente, que ficaria marcado em nossas vidas. Era para ser uma coisa nossa, um registo nosso, nada para ser divulgado, e acabou gerando uma série de interpretações. Vi que gerou memes”, contou.

Apesar do susto, o grupo de amigos não desistiu da viagem e o final de semana de passeio em Morro de São Paulo não foi cancelado. Sande falou que o susto fez valer ainda mais a premissa de que a vida não pode ser desperdiçada. “Numa situação como essa, você repensa muita coisa. Pensa na família, nos planos, nos assuntos mal resolvidos. No fim de tudo, o que vale é viver. Já que a gente está a salvo, temos que aproveitar a vida”. G1

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Corpo de jovem desaparecida após dar carona combinada por WhatsApp é encontrado em MG

Kelly morava em Rio Preto e combinou carona para Minas Gerais (Foto: Reprodução/TV TEM)

Kelly morava em Rio Preto e combinou carona para Minas Gerais (Foto: Reprodução/TV TEM)

O corpo da bióloga Kelly Cristina Cadamuro, de 22 anos, que desapareceu depois de combinar uma viagem por um grupo de carona no WhatsApp foi encontrado na tarde desta quinta-feira (2) em um córrego entre as cidades de Frutal e Itapagipe, no Triângulo Mineiro. Segundo a Polícia Militar (PM), a jovem estava nua. A família de Kelly compareceu ao local e reconheceu o corpo da jovem.
A jovem estava desaparecida desde a tarde desta quarta-feira (1º). A Polícia Civil informou que ela foi vista pela última vez quando saiu de Guapiaçu, no interior de São Paulo, com destino a Itagagipe. Conforme a PM, o corpo foi achado por militares após trabalhos de busca. A calça que ela usava no dia do desaparecimento foi achada a cerca de 3 Km de distância do corpo. A perícia técnica da Polícia Civil realizava os trabalhos no local até esta publicação.

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Assaltantes rendem funcionários e roubam agência dos Correios em Costa Rica, MS

A agência dos Correios, que fica no centro de Costa Rica, a 338 quilômetros de Campo Grande, foi assaltada na manhã desta quarta-feira (1). Até o momento, os suspeitos de participarem do crime não foram encontrados.

De acordo com o delegado Alexandro Mendes de Araújo, que está à frente das investigações, pelo menos três homens – um deles armado com pistola – entraram na agência. A polícia não descarta a possibilidade de mais pessoas estarem por trás do crime.

Segundo os investigadores, os bandidos renderam quatro funcionários, abriram correspondências e levaram encomendas, além de dinheiro. O valor não foi divulgado. Na fuga os suspeitos usaram a moto de um funcionário. O veículo já foi recuperado. As polícias civil e militar do estado trabalham em conjunto com as de Goiás na procura pelos criminosos. O serviço deve auxiliar a investigação da Polícia Federal. G1 MS

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Ministra pede salário de R$ 61 mil e se justifica citando ‘trabalho escravo’

Tainá Sigmaringa/G1 – Foto: A ministra Luislinda Valois

A ministra Luislinda Valois, dos Direitos Humanos, apresentou ao governo um pedido para acumular salário integral da atual função com a aposentadoria, o que daria R$ 61 mil, e, entre as justificativas, disse que trabalhar sem receber contrapartida “se assemelha a trabalho escravo”.

Trechos do documento de 207 páginas enviado por Valois à Casa Civil foram publicados nesta quinta-feira (2) pelo jornal “O Estado de S.Paulo”. A TV Globo confirmou o pedido feito pela ministra.

Atualmente, Valois recebe por mês R$ 30.400 pela aposentadoria de desembargadora do Tribunal de Justiça da Bahia. Como ministra, ela recebe R$ 3.300. O máximo das duas remunerações não pode ultrapassar R$ 33.700, que é o teto do funcionalismo público.Leia Mais

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Na luta contra o câncer, Márcia abriu mão de tratamento para gerar o filho

A história do financeiro Isaack Mendes Campagna, 31 anos, e da médica veterinária Márcia da Silveira Bombassaro

Do amor que resistiu a idas e vindas, ao medo de nunca dar certo e até ao câncer que levou à morte, nasceu João Rafael, um menino que chegou ao mundo prematuro e provou à medicina que não há ciência maior do que a fé de uma mãe.

A história do financeiro Isaack Mendes Campagna, 31 anos, e da médica veterinária Márcia da Silveira Bombassaro, que tinha 33 anos quando faleceu, começou em 2009. Na época, ela tinha 26 e ele 23 anos. Não precisaram muitos encontros para que os dois percebessem que havia um sentimento crescendo ali. Mas nem todo o caminho foi de rosas.Leia Mais

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Casal está junto após se conhecer em cemitério durante visitas a túmulos de ex-companheiros em Cuiabá

Sérgio e Silvana se conheceram no cemitério (Foto: TVCA/Reprodução)

A agente de viagens Silvana Eufrásia e o servidor público Sérgio se conheceram durante visitas aos túmulos dos ex-companheiros, no Cemitério Bom Jesus de Cuiabá, na capital.

Há quatro anos, Sérgio perdeu a esposa, com quem ficou casado por 20 anos e, praticamente no mesmo período, Silvana perdeu o marido após uma união de 29 anos.

O luto os levou para o mesmo cemitério e possibilitou o encontro, pouco provável. Ela conta que, no início, achava estranho e acreditava que poderia estar errado. “Quando partia para o lado de ajudar, eu me afastava um pouco e sentia lá no íntimo que estava errado”, afirmou.

Custou um tempo para que se sentissem à vontade para se conhecerem melhor, fora dali. “Duas pessoas que tinham, não uma dor isolada, mas principalmente uma dor conjunta e uma grande afinidade para seguir a vida juntos”, explicou Sérgio.

No Dia de Finados, conheça a história de amor que começou no cemitério

Os dois tinham vontade de superar a tristeza e hoje conseguem até brincar com as próprias trajetórias e com a vida que têm em comum. Ele contou que uma vez o pouso em que ele estava teve que fazer um pouso forçado logo após decolar. “Imediatamente, mandei uma mensagem para ele avisando: ‘o avião quase caiu’ e ela disse: ‘poxa, agora que consegui já vou perder”, disse, aos risos.

Eles já estão juntos, mas querem oficializar a união. “Vamos casar na igreja. Esse espaço (cemitério) já significou dor e perdas e agora, significa amor”, declarou. G1 MS

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