O peixe morre pela boca

Articulista afirma que liberdade de expressão não desobriga políticos dos deveres inerentes às suas posições em declarações de campanha ou em exercício do mandato; na imagem, ilustração de político durante discurso

Depois de enfrentar a temática relacionada à possível descriminalização do aborto, nos últimos dias o Supremo Tribunal Federal se debruçou novamente sobre a ação que trata da possível descriminalização do porte de drogas para uso pessoal. O placar está em 5 votos a 3, a favor da descriminalização do porte de maconha.

Apesar de entender que a redefinição da política de saúde pública é prerrogativa do Congresso, cabendo ao Judiciário apenas aplicar a lei vigente, o assunto é discutível, até porque o direito é uma ciência de natureza substancialmente interpretativa.

O que quero grifar é o tema das responsabilidades e as implicações das manifestações públicas de líderes políticos, já que grandes poderes criam grandes responsabilidades.

Sobre esses temas, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, em recentes eventos de seu partido, posicionou-se usando expressões marcantes, afirmando que a descriminalização das drogas e do aborto deveriam ser “macetadas’.

A língua portuguesa é de uma riqueza proporcional a seu evolucionismo e dinamismo. O termo “macetar’ popularizou-se desde o Carnaval de 2023 por causa do hit “Ai Papai, macetei’, sucesso da popstar Anitta, da Mc Danny e do Hitmaker. E voltou à linguagem cotidiana neste ano por causa de outro hit, “Macetando’, de Ivete Sangalo e Ludmilla.

A 1ª melodia se dedica a cenas impregnadas de sexo, da forma mais chula. Ou seja: o “macetei’ é um termo usado hoje coloquialmente com cunho única e exclusivamente sexual.

Se pesquisarmos, 1.000 entre 1.000 entrevistados terão a interpretação sexual chula sobre o emprego neste momento da palavra “macetei’. Como comunicação é exatamente aquilo que os destinatários da mensagem captam, quem fala para a massa deve ter maturidade e responsabilidade.

Há poucos dias, a mesma Michelle discursou na avenida Paulista do alto do trio elétrico, em defesa do marido, invocando o nome de Deus e tratando política como se fosse uma guerra santa do bem contra o mal. A laicidade do Estado, marco civilizatório conquistado em 1891 na primeira Constituição da República foi referida como “vitória do mal’, afirmação afrontosa ao Estado Democrático de Direito.

Com traços histriônicos e abundantes de fundamentalismo religioso e político, parecia ter-se retornado ao tempo obscuro das Ordenações do Reino, em que os interesses do Estado e da Igreja eram uma coisa só onde de confundiam os conceitos de crime e de pecado.

Aliás, o ato público foi organizado por um pastor evangélico, que controlou o acesso ao trio elétrico em que estava Bolsonaro, o centro das atenções. A restrição de acesso impediu que deputados federais como Carla Zambelli, Ricardo Salles e Bia Kicis se aproximassem de Bolsonaro. A situação causou constrangimentos com os barrados, inconformados pela falta de critério.

“Sigam Bolsonaro’, implorava Michelle. Segundo ela, porque ele é o Messias, supostamente enviado por Deus; “ele representa o bem e assim estamos conversados. As leis dos homens são injustas! Anistia já!’. Aliás, Bolsonaro já havia dito que só Deus poderia tirá-lo da cadeira de presidente, como se não houvesse eleições nem democracia, em total estado de negacionismo político.

Depois de falar na luta do bem contra o mal, em seguir a palavra de Deus, agora a ordem é “macetar’ a descriminalização de drogas e o aborto. Parece que estamos diante de uma montanha-russa oratória, o que é preocupante diante da perspectiva de possivelmente ser ela a candidata do partido à Presidência da República em 2026.

Mas não é Michelle a detentora de tal monopólio. Na campanha de 2022, o presidente da Câmara Arthur Lira usou o slogan “Arthur Lira é foda’, sendo o material custeado pelo Fundo Eleitoral, comunicando-se com religiosos, professores, crianças, adolescentes, com todos de forma grosseiramente atentatória ao decoro parlamentar.

Não houve sequer questionamento a esse respeito, e, mais do que isso, foi o deputado federal mais votado no Estado de Alagoas, mesmo indicado publicamente como corresponsável pela manutenção do esquema do “Orçamento Secreto’, sendo reeleito com maciça votação à Presidência da Câmara dos Deputados.

Mais recentemente, o presidente Lula afirmou de forma absurda na Etiópia que a reação de Israel ao ataque do Hamas foi tão grave quanto o Holocausto de Hitler que exterminou 6 milhões de judeus. A declaração ensejou a protocolização de pedido de impeachment por cerca de 140 deputados federais, que representam 27% da Câmara Baixa, cujos nomes, aliás, a Câmara se nega a revelar.

A plena liberdade de expressão é garantida constitucionalmente e se constitui em um dos mais relevantes pilares democráticos. No entanto, não desobriga as figuras políticas dos deveres inerentes às suas posições ao fazer campanha e ao firmar posicionamentos.

A sociedade tem o direito a viver a política sadia, a ter preservado um ambiente em que viceje sempre o princípio da prevalência do interesse público, a moralidade administrativa, a ética na política e a cultura da paz.

Conscientizemo-nos cada vez mais sobre tudo isso, informemo-nos sempre, todos os dias, para formar nosso senso crítico e para podermos fazer permanentemente escolhas corretas, em prol de um país justo, íntegro e pacífico.

BATANEWS/PODER360 / ROBERTO LIVIANU

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Médico é preso por importunação sexual em posto de saúde

DIVULGAÇÃO

Médico, de 42 anos, foi preso em flagrante após assediar, pegar pelo braço e tentar beijar uma enfermeira no posto de saúde de Ribas do Rio Pardo-MS.

De acordo com a Polícia Civil, a atitude do médico é corriqueira, sendo que já desferiu outras “cantadas” contra a vítima, constrangendo-a.

O crime foi registrado como Importunação Sexual e Violência Psicológica na Delegacia de Ribas do Rio Pardo. Além disso, o médico corre risco de perder o CRM.

Conforme apurado pela reportagem, a pena é de um a cinco anos de reclusão para quem comete o crime de Importunação Sexual e de seis meses a dois anos para Violência Psicológica. BATANEWS/CORREIO DO ESTADO

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MS registra mais 7 mortes por covid e 1,3 mil novos casos da doença

Teste de Covid-19

Teste de Covid-19

Os casos de Covid-19 em Mato Grosso do Sul subiram ainda mais nos últimos sete dias, conforme o boletim epidemiológico divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), nesta terça-feira (12). De acordo com os dados, 1.365 novos casos e sete mortes foram confirmadas em MS. A maioria das vítimas residiam em Campo Grande.

Dentre as últimas mortes por covid no Estado, está uma idosa de 84 anos, sem comorbidades, de Campo Grande; idoso de 72 anos, sem comorbidades, de Corumbá; idoso de 70 anos, tinha doença cardiovascular crônica, de Campo Grande; idoso de 71 anos, sem comorbidades, de Campo Grande; idoso de 63 anos, tinha diabetes e hipertensão, de Coxim; homem de 50 anos, tinha doença hepática crônica, de Ivinhema; homem de 28 anos, tinha doença cardiovascular crônica e obesidade, de Campo Grande. JD1 Noticias

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Travesti é demitida por ‘dar em cima’ de funcionários e tenta matar colega de serviço

Imagem Ilustrativa

Imagem Ilustrativa

Depois de a travesti, identificada como Bianca, ter sido demitida por supostamente dar em cima de funcionários da empresa, ela resolveu se vingar de seu ex-colega de profissão. Ontem (11), ela o esfaqueou na cidade de Água Clara, cidade distante 192 quilômetros da Capital.

Conforme o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada para ir até o local, pois o funcionário de um restaurante teria sido atacado a golpes de faca.

Ao chegar, as equipes fizeram contato com a vítima, onde foram informados que teria tido um desentendimento com a autora dias antes. Ontem, ela foi até o trabalho da vítima o e o atingiu com um golpe de estilete.

Por conta do ataque, o rapaz teve um corte no antebraço esquerdo, sendo encaminhado para o hospital local onde recebeu atendimento médico especializado.

Ainda em seu relato, a vítima contou aos policiais que trabalhou com Bianca, porém, ela foi demitida por supostamente dar em cima de funcionários da empresa. Este fato teria deixado ela revoltada e motivado a vingança.

O caso foi registrado na Delegacia de Polícia Civil do município. JD1 Noticias

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Cassilândia Urgente: “A sua fala como mulher acaba envergonhando”, diz presidente da Câmara de Cassilândia à colega vereadora

O presidente da Câmara de Vereadores de Cassilândia, Arthur Barbosa (União Brasil), esteve numa noite, no mínimo infeliz, nessa segunda-feira 11 de março, durante sessão do legislativo.

Ao usar o gênero “mulher”, o presidente da Câmara de Vereadores extravasou preconceito, numa clara misoginia, na mesma noite em que citou “língua” e “restante do corpo” para se dirigir a uma mulher, a vereadora Sumara Leal.

Durante o pronunciamento do vereador José Martiniano, a vereadora Sumara Leal perguntou ao presidente que ele cortava a voz apenas de mulher e não de homem quando este saia do assunto em pauta.

Aí o presidente não resistiu e mandou essa: “Primeiro, nobre colega, a sua fala como mulher acaba envergonhando… porque a senhora conhece o regimento e não está cumprindo, cortando a fala do nobre colega que está usando a tribuna; pode continuar o seu pronunciamento, nobre colega”.

Claramente o presidente da Casa deu tratamento desigual aos dois com base na diferença de gênero, afinal foi cortado o som do microfone da vereadora quando esta se pronunciava tendo mudado o assunto da pauta, ou seja, o vereador fez o mesmo e o presidente nada fez para impedi-lo.

Veja o vídeo.

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Cassilândia: Frigorífico volta a exportar carne bovina para a China

Frigorífico de carne bovina — Foto: REUTERS/Paulo Whitaker

Frigorífico de carne bovina — Foto: REUTERS/Paulo Whitaker

Cinco unidades frigoríficas, de quatro empresas, de Mato Grosso do Sul receberam a habilitação da China para exportação de carne bovina. O anúncio foi feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na manhã desta terça-feira (12).

Ao todo, foram concedidas 38 habilitações, incluindo oito abatedouros de frango, 24 abatedouros de bovinos, um estabelecimento bovino de termoprocessamento e cinco entrepostos.

As empresas autorizadas em Mato Grosso do Sul são as seguintes:

  • JBS S/A, de Naviraí (MS) – abatedouro de bovinos
  • Boibras Industria e Comercio de Carnes e Sub-produtos Ltda, de São Gabriel do Oeste (MS) – abatedouro de bovinos
  • JBS S/A, de Campo Grande (MS) – abatedouro de bovinos
  • Marfrig Global Foods S. A, de Bataguassu (MS) – abatedouro de bovinos
  • Prima Food S.A, de Cassilândia (MS) – abatedouro de bovinos

De acordo com o Mapa, parte dos estabelecimentos foram auditados remotamente em janeiro deste ano, enquanto outros receberam avaliação presencial em dezembro do ano passado. As equipes técnicas chinesas foram recebidas e acompanhadas por representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Até o início de março deste ano, o Brasil possuía 106 plantas habilitadas para a China, sendo 47 de aves, 41 de bovinos, 17 de suínos e 1 de asininos.

A China é o principal destino das exportações brasileiras de carne bovina, suína e de frango, se destacando como maior parceiro comercial para proteína animal. Em 2023, o país asiático importou 2,2 milhões de toneladas de carnes do Brasil, ultrapassando mais de US$ 8,2 bilhões. G1 MS

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Cassilândia Urgente: Presidente da Câmara de Vereadores tenta se passar por vítima após fala contra a mulher

Arthur Barbosa, presidente da Câmara de Vereadores de Cassilândia, gravou um vídeo hoje, terça-feira 12 de março, com a intenção de tentar se explicar diante da fala infeliz proferida na noite de ontem, durante sessão legislativa.

Em vez de fazer o seu “mea culpa”, reconhecer o erro com clareza, ele foi evasivo e tentou se passar por vítima.

O fato é tão grave que ele mereceu uma nota de repúdio feita pelo seu partido, o União Brasil.

Veja o vídeo.

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Cassilândia Urgente: Presidente da Câmara de Vereadores de Cassilândia, Arthur Barbosa, ganha nota de repúdio do próprio partido, o União Brasil

O presidente da Câmara de Vereadores de Cassilândia, Arthur Barbosa, ganhou hoje nota de repúdio do próprio partido, o União Brasil.

A nota de repúdio está assinada pela presidente do União Mulher de Mato Grosso do Sul (União Brasil), Michela Margarida da Silva Dutra.

Na sessão da Câmara de Vereadores de Cassilândia de ontem, segunda-feira, 11 de março,  Arthur Barbosa, sugeriu à vereadora Sumara Leal para trocar “a língua pelo restante do corpo”, fala que vem causando indignação junto às mulheres cassilandenses.

Leia a nota de repúdio feita pelo partido do vereador.

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