
As agressões foram registradas por câmeras. (Foto: Reprodução)
Como uma possível medida para melhorar o atendimento, os funcionários das creches de Água Clara, a 181 quilômetros de Campo Grande, estão proibidos de usar celulares nas unidades. A proibição veio após uma criança, de 2 anos, ter sido flagrada por câmeras de segurança sendo agredida.
A Portaria nº 001/2025 foi publicada na edição do Diário Oficial do município, por meio da Secretaria Municipal de Educação, na última terça-feira (24). O documento “dispõe sobre a proibição do uso de aparelho celular nas unidades de ensino de Água Clara, e dá outras providências”.
A decisão foi tomada após uma reunião realizada com pais e funcionários. Contudo, algumas pessoas contestam a medida, alegando que recentemente uma funcionária de uma creche foi flagrada por câmeras de segurança agredindo crianças.
“Professores sendo silenciados por fotografar ou filmar negligência em escola. Baseando na ideia de que ao proibir o celular, os profissionais terá mais tempo para os estudantes”, disse uma mãe.
Diante disso, a Prefeitura de Água Clara rebate essa alegação. Isso porque, conforme nota encaminhada ao Jornal Midiamax, as agressões anteriores foram registradas pelas câmeras de segurança instaladas nas dependências das instituições, e não por meio de celulares.
“O ambiente escolar já conta com monitoramento por câmeras, justamente para prevenir e esclarecer possíveis ocorrências, garantindo mais segurança para todos”, diz trecho da nota.
A Prefeitura reforçou que o uso de celulares por parte dos profissionais será permitido exclusivamente para fins pedagógicos, como o lançamento de chamadas, organização de atividades e comunicação com a equipe gestora.
‘Tristeza e revolta’, diz pai ao descobrir que filho foi agredido
Um menino de 2 anos foi uma das vítimas da funcionária de uma creche flagrada por câmeras de segurança agredindo os alunos, em Água Clara, cidade a 181 quilômetros de Campo Grande. Aos pais, inicialmente, a instituição havia informado que o hematoma se deu após uma criança bater a cabeça contra a dela.
As agressões registradas por câmeras de segurança ocorreram no último dia 4 de junho, mas só vieram à tona no último dia 10. Isso porque, inicialmente, a creche havia informado ao pai que outra criança, ao deitar para dormir, havia caído sobre ele, fazendo com que o menino acabasse ‘batendo a cabeça’.
Dias depois, o pai descobriu que, na verdade, o seu filho, que estava em um local para ser cuidado, havia sido vítima de violências praticadas por uma funcionária.
“A escola chamou os pais das crianças envolvidas – meu filho e a menina que é arremessada nele. E comunicou, mostrando o vídeo”, explicou o técnico agrícola, Diego Santana, de 35 anos, ao Jornal Midiamax.
Mesmo a instituição tendo anunciado a demissão da funcionária, Diego mudará o filho de creche. Mas diante da situação, espera que providências sejam tomadas.
“Estamos tentando transferir ele de instituição. Sentimento de tristeza e revolta por ter acontecido isso, principalmente pelo tempo que demorou para ser tratado devido à gravidade. A gente sempre vê alguns casos e acha que nunca acontece próximo ou com a gente. Infelizmente, acontece e aconteceu com o nosso filho”, desabafou.
Contrato de trabalho rescindido
Em uma nota encaminhada na última sexta-feira (20) ao Jornal Midiamax, a Prefeitura Municipal de Água Clara informou que a funcionária que aparece nas imagens teve o contrato de trabalho rescindido.
“A Administração Municipal rescindiu imediatamente o contrato de trabalho da profissional por justa causa, comunicou os pais e registrou boletim de ocorrência”, diz parte da nota.
Confira a nota completa na íntegra
“A respeito da matéria publicada, é importante esclarecer que o vídeo citado foi extraído das câmeras de vigilância instaladas pela própria escola, com o objetivo de garantir a segurança e o bem-estar dos alunos. Diferentemente do que se insinua, não se trata de gravação feita por celular de servidores ou qualquer outro agente da unidade.
A decisão de restringir o uso de celulares por alunos no ambiente escolar foi tomada após diálogo com pais e responsáveis, que expressaram preocupação com o uso indevido dos aparelhos e solicitaram mais foco nas atividades pedagógicas e na proteção das crianças. A medida visa preservar a concentração em sala de aula, a integridade dos estudantes e o respeito ao espaço educativo.
Cabe ressaltar que o ambiente escolar já conta com monitoramento por câmeras, justamente para prevenir e esclarecer possíveis ocorrências, garantindo mais segurança para todos. A fiscalização e o acompanhamento de situações não cabem de forma individual a nenhum servidor, mas sim a um sistema de vigilância implantado pela própria administração.
Quanto aos professores, o uso de celular é permitido exclusivamente para fins pedagógicos e administrativos, como lançamento de chamadas, organização de atividades e comunicação com a equipe gestora”. Midiamax