EDITORIAL Na política ganha-se a eleição com os aliados e governa-se com os inimigos

Um recado para você que é cabo eleitoral de primeira viagem: cuidado para não se entregar demais ao seu candidato a prefeito sob pena de sentir-se traído depois, a partir de janeiro, no novo governo municipal.

A história da política é rica em traições e, ao mesmo tempo, é educativa para evitar futuras decepções, já que o novo gestor irá atrair os adversários para compor maioria na Câmara de Vereadores e robustecer as fileiras do partido.

O ex-governador Leonel Brizola é autor de uma frase que exemplifica bem isso: “A política ama a traição, mas abomina os traidores.”

Votar é um exercício obrigatório de cidadania, afinal o voto não é facultativo no Brasil; então o simples fato de votar já não deixa de ser uma contribuição e tanto para quem o recebeu nas urnas.

Feita a totalização dos votos e procedida a comemoração da vitória, reuniões a porta fechadas vão ocorrer – para as quais o apaixonado cabo eleitoral não será convidado.

A partir daí é por conta e risco de quem, de forma apaixonada, faz tremular a bandeira do partido, expondo-se na cidade e sendo alvo de mexericos de gente maliciosa que irá, depois, em tempo não muito distante, torná-lo alvo de galhofas.

É aconselhável também não debater à exaustão nos grupos de políticos da cidade a ponto de criar inimizades, afinal os políticos estão pouco se lixando para você.

Brigar com vizinhos por causa de candidatos, então, é total falta de criatividade, pois a eleição passará e ficarão apenas as situações mal resolvidas para trás.

O poder público pode ser perene, mas os gestores públicos são meros passageiros que por lá ficam durante algum tempo, sendo que muitos vão embora sem deixar saudade.

Debater, sim, o que é melhor para a cidade, que tipo de ensino público queremos, que saúde pública merecemos, que forma de desenvolvimento precisamos.

Pense mais, apaixone-se menos e viva com tranquilidade.

Até porque eleição é eleição e a política não passa de mera traição anunciada.

CORINO DE ALVARENGA

EDITOR DO CASSILÂNDIA URGENTE

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