O padrasto de Sophia OCampo, morta aos 2 anos, pediu pela sua absolvição junto a Justiça, além do reconhecimento de nulidades processuais. A mãe da menina pediu pela sua impronúncia. Sophia morreu em janeiro de 2023 depois de agonizar por cerca de seis horas antes de ser levada a uma unidade de saúde.
O pedido de Christian Campoçano Leitheim é pela sua absolvição sumária, e no caso de se manter a decisão impugnada, requer o afastamento das qualificadoras impostas. Pugna, ainda, por sua absolvição quanto ao crime de estupro de vulnerável. Stephanie de Jesus da Silva pediu pelo reconhecimento de nulidades processuais, e alternativamente, requer sua impronúncia.
O MPMS (Ministério Público Estadual) negou os recursos das defesas do casal, “Em contrarrazões, o Órgão Ministerial pugna pela intempestividade do recurso interposto pela acusada Stephanie, assim como pelo desprovimento de ambos os recursos. Ademais, o assistente de acusação Jean Carlos Ocampo da Silva, em contrarrazões, manifesta pelo desprovimento de ambos os recursos.”.
Ainda segundo a decisão do MPMS do dia 17 de abril deste ano, “Este representante do Ministério Público Estadual se opõe ao julgamento virtual do presente feito conforme estipulado pelo Provimento 411/2018, do Conselho Superior da Magistratura.”.
Também foi negado os recursos interpostos pelo procurador de Justiça Antônio Siufi Neto. “Por todo o exposto, esta PROCURADORIA DE JUSTIÇA opina pelo CONHECIMENTO e DESPROVIMENTO dos presentes Recursos em Sentido Estrito, devendo ser mantida a sentença guerreada em todos os seus termos, por se tratar de medida da mais lídima e escorreita justiça.”
Torturada, estuprada e morta
Sophia foi levada mais de 30 vezes às unidades de saúde depois de sofrer torturas e estupro. A perita Rosângela Monteiro, que atuou no caso Nardoni, em 2008, teria apontado que a menina foi abusada várias vezes. “A violência sexual foi claramente identificada pelo rompimento de hímen, a heperemia em partes da vagina e esquimoses na face interna das coxas, e o rompimento do hímen já estava cicatrizado, portanto, fora realizado em data anterior da morte da vítima”, diz parte da análise.
‘Não foi acidente’: médico legista fala que Sophia pode ter agonizado até a morte.
Um relatório do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), sobre as mensagens trocadas entre Stéphanie e Christian, revelaram torturas e até ameaças de quebrar o pescoço de Sophia.
Em agosto de 2022, a mãe de Sophia questiona o marido sobre uma marca de mordida no braço da menina, e ele responde: “sabe que não controlo a mordida, ela é macia demais”.
No dia 16 de novembro, em mais uma mensagem enviada do padrasto da menina para a mãe de Sophia, ele fala que deu uma surra na criança, e que percebeu que ela ficou com um galo na cabeça e estava com a boca sangrando.
Além disso, os dois ainda teriam sido denunciados por tortura contra Sophia quando ela teve a perna quebrada a chutes por Christian. A cena foi presenciada pelo filho do autor que prestou depoimento falando sobre o episódio. “Foi meu pai, meu pai que chutou ela pra rua, chutou ela duas vezes, aí deixou ela machucada”. Midiamax