O município de Cassilândia foi criado pela Lei 368, de 30 de junho de 1954, assinada pelo governador Fernando Correia da Costa, tendo como data de fundação o dia 3 de agosto daquele ano.
Hoje, em 2024, Cassilândia completará 70 anos de emancipação, desde que foi desmembrado do município de Paranaíba.
Governada pelo prefeito Valdecy Costa (PSDB), a população de Cassilândia não tem bons motivos para comemorar essa data, embora a administração municipal continue realizando festas e mais festas com recursos públicos.
Cassilândia tornou-se notícia na Imprensa estadual nos últimos tempos graças às derrapadas do prefeito e do seu aliado, o presidente da Câmara de Vereadores, Arthur Barbosa (União Brasil), que ficou famoso por não tratar bem o universo feminino, a exemplo da vereadora Sumara Leal (PP), com a sua famosa frase da “língua e do restante do corpo”, o que rendeu muita polêmica, pedidos de cassação de mandato e até de expulsão feita pelo seu próprio partido, o União Brasil.
Presidente se safou
Na sessão legislativa dessa segunda-feira, 15 de abril, o presidente Arthur Barbosa, depois de adiamento em cima de adiamento para “esfriar” a revolta das mulheres que iriam protestar na Câmara de Vereadores contra ele, acabou se safando e não foi aprovada a abertura do processo de cassação de seu mandato por crime político de gênero contra a mulher.
Votaram a favor da abertura do processo de impeachment do presidente os vereadores: Suplente Carlos Cordeiro (União Brasil); Peter Saimon (PP), Fernanda Messias (Republicanos) e Admilso Fião (PRD).
Votaram contra: José Martiniano (PSDB), Oba Oba (PSDB), Leandro Rosa (PSDB), Nelson Gomes (Republicanos), Luiz Fernando Oliveira (União Brasil), Zé Divino (PSDB) e Cleiton (PDT).
Prefeito Valdecy ficou famoso no Estado
O prefeito Valdecy Costa está famoso hoje em Mato Grosso do Sul, não necessariamente por façanhas positivas, mas por acusações graves de malversação de verbas municipais e outros indícios de irregularidades que tramitam no Ministério Público e no Judiciário, mesmo depois de ter “convidado” testemunhas a não deporem na CPI do Gramão, que terminou em pizza devido a manobras supostamente condenáveis e ao arrepio da lei.
Costa assumiu o município em junho de 2022 em decorrência do falecimento de Jair Boni Cogo, torrou mais de R$ 12 milhões deixados no caixa, contraiu dívida milionária a ponto de se safar graças a uma manobra clássica ao não fazer os devidos repasses à Previsca (órgão municipal que cuida da previdência dos servidores cassilandenses aposentados), chegando à espantosa quantia de R$ 6.760.993,53 (seis milhões, setecentos e sessenta mil, novecentos e noventa e três reais e cinquenta e três centavos), que, com aprovação pela Câmara de Vereadores, pode chegar a cerca de R$ 10 milhões graças a um parcelamento de 60 meses, isto é, cinco anos, para o contribuinte cassilandense pagar a conta, é claro, com juros e as devidas correções monetárias.
O prefeito Costa vem perdendo recursos no TJMS quanto a uma compra muito estranha de terreno margeado pelo Rio Aporé, o famoso “Brejão”, que seria resultado de um acerto de contas com servidora da Prefeitura, arrolada como testemunha na CPI do Gramão, com pagamento de quantia milionária (R$ 1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais), uma espécie de “convite” para não ser realizado o depoimento, o que, de fato, acabou não ocorrendo.
Além da CPI do Gramão, Cassilândia enfrenta sérios problemas como vazamentos de água, falta de planejamento no sistema de esgoto, o transporte escolar na zona rural enfrenta dificuldades, reajuste de menos de 5% para servidores municipais, enquanto houve aumento abusivo para outros cargos como o de prefeito, vice, secretários etc.
Comemorar o quê?
Sem nenhuma obra importante para mostrar, o prefeito Valdecy Costa (PSDB) conta com os R$ 17 milhões oferecidos pelo governo do Estado para obras no parque industrial e de recapeamento de ruas, como um alívio em matéria de realizações eleitoreiras até as urnas de 6 de outubro.
Até a presente data o prefeito ainda não convenceu a população cassilandense a respeito de um governo desenvolvimentista que está atolado como se fosse um trator com sérios problemas no motor, no câmbio e nas rodas.
Como não se trata de um mágico, acredita-se que o prefeito irá encontrar muita resistência na hora de apresentar motivos para fazer novas festas – por sinal, matéria que ele aprecia e promove como poucos.
CORINO ALVARENGA
EDITOR DO CASSILÂNDIA URGENTE