Com renúncia de suplente, a análise de cassação do presidente da Câmara Municipal de Cassilândia, Arthur Barbosa (União), que aconteceria no último dia 25 de março, foi adiada mais uma vez e deve acontecer só no dia 15 de abril.
A denúncia foi feita pela vereadora Sumara Leal (PDT), que teria sofrido violência política de gênero na Casa de Leis. O presidente da Câmara, durante uma sessão, recomendou que a vereadora Sumara ‘use o corpo para trabalhar, assim como usa a língua’.
Com faltas seguidas do suplente, o pedido de análise de cassação não foi votado nas duas últimas sessões. “Ele faltou e o pedido não vai ser votado nesta segunda-feira pelo fato dele renunciar. Na sessão de hoje a renúncia vai ser lida e vão convocar um novo suplente. Sendo assim, a votação deve acontecer dia 15 de abril”, disse a vereadora ao Midiamax.
A votação deveria acontecer no dia 25 de março, mas foi adiada três vezes. A parlamentar afirma que foi vítima de machismo e humilhação, enquanto o vereador diz que as falas foram mal interpretadas.
Viajou mais de 100 km para registrar boletim de ocorrência
Sumara Leal precisou viajar mais de 100 quilômetros até Paranaíba para registrar um boletim de ocorrência contra o presidente da Casa. Isso porque, segundo a parlamentar, o delegado de Cassilândia, onde ela é vereadora, teria se recusado a registrar a ocorrência.
O Jornal Midiamax acionou a corregedoria da Polícia Civil, que informou que “O Departamento de Polícia do Interior está fazendo o levantamento de informações preliminares quanto a situação ocorrida e, sendo necessário, [o caso] será encaminhado à Corregedoria para apuração”.
Medida protetiva
Em campo grande, a vereadora criticou a demora da Casa de Leis de Cassilândia em tomar as providências necessárias e relatou falta de suporte para a situação. A parlamentar pede uma medida protetiva contra o vereador.
“Eles ainda não tomaram nenhuma providência sobre o caso. O Ministério Público entrou com uma ação. O meu advogado também vai pedir a cassação e uma medida protetiva. Só que isso vai ter que ser votado. O que ele fez foi um crime. A violência de gênero está acontecendo até nos bastidores”, informa.
Sumara diz sofrer pressão dos próprios vereadores para ‘enterrar o assunto’. “Os vereadores estão pedindo para eu não fazer isso, mas o que aconteceu foi um crime. Eu não entendia o que era violência política e não gostaria de ser conhecida por isso, mas já que aconteceu, eu vou levantar a bandeira sim para que isso não aconteça novamente”, conta.
A violência política de gênero pode ser caracterizada como “todo e qualquer ato visando excluir a mulher do espaço político, impedir ou restringir seu acesso, ou induzi-la a tomar decisões contrárias à sua vontade. As mulheres podem sofrer violência quando concorrem, já eleitas e durante o mandato”.
União Brasil
O União Brasil emitiu nota de repúdio na última terça-feira (12) e informou que irá apurar a conduta do presidente da Câmara Municipal de Cassilândia, Arthur Barbosa (União), que cortou fala da colega vereadora, Sumara Leal (PDT), durante sessão e disse para ela trabalhar com o corpo ‘assim como a língua’.
A nota é assinada pela presidente estadual do partido e superintendente da Sudeco, Rose Modesto, e Michaela Dutra, Presidente do União Mulher em MS. Midiamax