A busca por uma cidade que seja desenvolvida em todos os aspectos é um sonho compartilhado por muitos. Queremos uma cidade onde possamos viver bem, aproveitando todos os serviços disponíveis, desde a preservação do meio ambiente até as infraestruturas urbanas garantidas por leis como o Estatuto da Cidade e a Lei de Parcelamento do Solo Urbano.
Para alcançar esse objetivo, é essencial uma boa política pública que leve em consideração o planejamento e o entendimento da realidade local. Muitas vezes, os municípios enfrentam dificuldades nesse processo devido à falta de pessoal qualificado.
É aqui que entram as parcerias. Muitas vezes, os municípios precisam contar com a experiência de prestadores de serviços ou órgãos parceiros para elaborar um planejamento estratégico eficaz. E é nesse contexto que o Censo Demográfico de 2022, realizado pelo IBGE, desempenha um papel fundamental.
O Censo é uma ferramenta crucial para entender a realidade de cada cidade brasileira em seus mínimos detalhes. Ele nos permite avaliar questões como a abrangência das políticas de saneamento básico, a densidade demográfica em diferentes áreas e a disponibilidade de serviços urbanos, como escolas e unidades de saúde.
Os dados do Censo não apenas auxiliam o poder público, mas também capacitam a população, permitindo que ela reivindique melhorias na vida urbana. Recentemente, o IBGE divulgou os primeiros dados preliminares do Censo de 2022 a nível de setor censitário.
Os setores censitários são áreas delimitadas com critérios específicos, cada uma representando uma parte do território para fins de cadastro e estatísticas. Esses dados nos fornecem informações valiosas, como a distribuição da população por área.
Ao analisar esses dados, observamos que algumas áreas concentram uma grande quantidade de pessoas, enquanto outras têm uma densidade populacional menor. Isso nos leva a refletir sobre a distribuição dos serviços urbanos e a necessidade de atenção especial em áreas com alta densidade demográfica.
A densidade demográfica, ou seja, o número de pessoas por área, é um indicador importante para entender o grau de ocupação de uma região. Áreas muito densamente povoadas podem indicar desafios urbanos que exigem uma análise detalhada e intervenções específicas.
Em resumo, os dados do Censo Demográfico são essenciais para prever, planejar e executar um ambiente urbano equilibrado. Eles também capacitam a população, permitindo que ela exerça seus direitos e lute por melhorias locais. O conhecimento é fundamental para promover um desenvolvimento urbano sustentável.
Dito isso, com base nestes dados decidi explorar a realidade da cidade de Cassilândia e para isso elaborei dois mapas.
O primeiro mapa apresenta a distribuição da população total em nossa cidade. Observamos que algumas áreas, como Jardim Oliveira, Jardim Minas Gerais, Vila Izanópolis e Bela Vista, têm uma concentração significativa de pessoas. No entanto, é importante ressaltar que isso não significa necessariamente que essas áreas sejam as mais densamente povoadas. Essa análise requer uma abordagem mais detalhada.
Por outro lado, identificamos áreas com menor número de residentes, como uma parte da região central da cidade, Jardim Alvorada e Residencial Vale do Aporé. A baixa densidade demográfica na área central pode ser explicada pela predominância de atividades comerciais e de serviços. Já em Jardim Alvorada e adjacências, essa baixa densidade reflete a ocupação menos intensiva.
Ao analisar a densidade demográfica, ou seja, o número de pessoas por área, observamos que algumas regiões se destacam. Os loteamentos Jardim Laranjeiras e suas diversas fases, bem como Jardim Cardoso, apresentam uma densidade demográfica alta. Em áreas como Vila Pernambuco, São Vicente, Vila Imperatriz, Moreninha e Alto Izanópolis, encontramos uma densidade média alta.
Essas áreas, em minha opinião, demandam atenção especial, especialmente no que diz respeito à adequação dos serviços urbanos à densidade populacional presente. Leis e regulamentos, como os critérios de alocação de usuários para unidades de saúde e escolas, precisam ser considerados para garantir um ambiente urbano equilibrado.
Esses dados populacionais e suas nuances são cruciais para orientar o planejamento e a gestão urbana, além de capacitar a população a reivindicar melhorias locais. O conhecimento dessas informações é essencial para promover um desenvolvimento urbano sustentável.
Os mapas são mais do que apenas dados; eles nos oferecem uma visão espacial da cidade. Eles nos permitem entender não apenas o que está acontecendo, mas também onde isso está acontecendo, proporcionando uma compreensão completa de cada parte do território. Os mapas e a cartografia são ferramentas essenciais para o planejamento urbano estratégico, guiando-nos na tomada de decisões informadas sobre o desenvolvimento e a organização de nossa comunidade.
Prof. Me. Antonio Idêrlian Pereira de Sousa: Geógrafo, Mestre e Doutorando em Geografia pela Universidade Federal da Grande Dourados. Especialista em Topografia e Sensoriamento Remoto. Professor do magistério superior – Substituto
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