A vereadora Sumara Leal (PDT), de Cassilândia, relatou na Câmara de Campo Grande nessa terça-feira (19) que precisou viajar mais de 100 quilômetros para Paranaíba para registrar um boletim de ocorrência contra o presidente da Casa.
Isso porque, segundo a parlamentar, o delegado da cidade onde ela é vereadora teria se recusado a registrar a ocorrência.
O Jornal Midiamax acionou a corregedoria da Polícia Civil, que informou que “O Departamento de Polícia do Interior está fazendo o levantamento de informações preliminares quanto a situação ocorrida e, sendo necessário, [o caso] será encaminhado à Corregedoria para apuração”.
Sumara teria sofrido violência política de gênero na Casa de Leis na semana passada, conforme noticiado pelo Midiamax.
O presidente da Câmara, vereador Arthur Barbosa (União Brasil), recomendou que a vereadora Sumara Leal (PDT) ‘use o corpo para trabalhar, assim como usa a língua’.
A parlamentar afirma que foi vítima de machismo e humilhação, enquanto o vereador diz que falas foram mal interpretadas.
Medida protetiva
Em Campo Grande, a vereadora criticou a demora da Casa de Leis de Cassilândia em tomar as providências necessárias e relatou falta de suporte para a situação. A parlamentar pede uma medida protetiva contra o vereador.
“Eles ainda não tomaram nenhuma providência sobre o caso. O Ministério Público entrou com uma ação. O meu advogado também vai pedir a cassação e uma medida protetiva. Só que isso vai ter que ser votado. O que ele fez foi um crime. A violência de gênero está acontecendo até nós bastidores”, informa.
Sumara diz sofrer pressão dos próprios vereadores para ‘enterrar o assunto’. “Os vereadores estão pedindo pra eu não fazer isso, mas o que aconteceu foi um crime. Eu não entendia o que era violência política e não gostaria de ser conhecida por isso, mas já que aconteceu eu vou levantar a bandeira sim para que isso não aconteça novamente’, conta.
A violência política de gênero pode ser caracterizada como “todo e qualquer ato com o objetivo de excluir a mulher do espaço político, impedir ou restringir seu acesso ou induzi-la a tomar decisões contrárias à sua vontade. As mulheres podem sofrer violência quando concorrem, já eleitas e durante o mandato”.
União Brasil
O União Brasil emitiu nota de repúdio na última terça-feira (12) e informou que irá apurar a conduta do presidente da Câmara Municipal de Cassilândia, Arthur Barbosa (União), que cortou fala da colega vereadora, Sumara Leal (PDT), durante sessão e disse para ela trabalhar com o corpo ‘assim como a língua’.
A nota é assinada pela presidente estadual do partido e superintendente da Sudeco, Rose Modesto, e Michaela Dutra, Presidente do União Mulher em MS. Colaborou Thatiana Melo / Midiamax