A médica negra Valéria Cecília Carneiro de Almeida, de 64 anos, residente de Aracaju, capital do Sergipe, denunciou ter sido vítima de racismo durante o início do atendimento a um paciente branco, residente de Mato Grosso do Sul, no último domingo (16).
A consulta era realizada em uma plataforma de telemedicina e, ao entrar na vídeochamada, o paciente teria notado algo ‘errado’ com o atendimento. Ele chegou a desligar a ligação e retornar após alguns minutos, dizendo à médica que tinha marcado uma consulta com um neurologista.
Quando Valéria informou que era a médica que o atenderia, ele pediu que ela ‘confirmasse se realmente era médica’, pedindo que ela mostrasse seu registro profissional para que ele soubesse ‘com quem estava falando’.
No vídeo, filmado pela neurologista, é notável o desconforto da vítima, que responde: ‘o senhor entra no site médico, e quer um certificado de doutora? Para saber com quem o senhor está falando? É isso mesmo?’, ao que o homem confirma com a cabeça.
Valéria pede que ele converse diretamente com o Conselho Regional Médico (CRM) e se recusa a dar continuidade ao atendimento.
‘Está certo. Se é isso que o senhor quer, então o senhor vai conversar com o CRM, porque isso é uma falta de respeito com o profissional que está atendendo. Eu não estou aqui de brincadeira, tenho 38 anos de formada e exijo respeito. O senhor procure outro profissional, porque eu não vou lhe atender’ disse a médica.
Após o fim da videochamada, a neurologista registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Civil de Sergipe.
Com informações de Folha Press