Uma mulher, de 25 anos, foi presa em flagrante após os filhos dela, um menino, de 2 anos, e uma menina, de 7, serem encontrados sozinhos na casa da família, em cidade do interior de Mato Grosso do Sul.
Conforme a delegada responsável pelo caso, Maria Gabriela Vanoni, a polícia foi acionada pelo Conselho Tutelar do município, após uma denúncia de que as crianças estavam sozinhas em casa.
“Chegamos lá e encontramos os irmãos sozinhos. Flagramos o momento em que a irmã cuidava do irmão. Ela trocava a fralda dele em um colchão na sala. Ela nos disse que a mãe sempre saia e deixava os dois em casa, inclusive à noite”, relata.
O menino, de dois anos, apresentava uma marca de queimadura na costas. À polícia, a irmã mais velha disse que a mãe queimou o caçula com um garfo. “Ela contou que a mãe esquentou um garfo e passou nas costas da criança”, relata.
Segundo a delegada, a polícia esperou no local por 40 minutos e a mulher não retornou. Ao ser presa, ela negou que deixava os filhos sozinhos e disse que saiu para ir à padaria. Sobre a marca de queimadura, ela alegou que o menino se queimou sozinho.
“Ela negou os fatos. Disse que não deixava as crianças sozinhas e que o filho se queimou sozinho, mas entramos em contato com o médico perito que nos disse que é impossível que a criança se queimasse assim”, observa.
As crianças passaram por depoimento especial e foram entregues ao pai que é comerciante e mora em outra cidade, mas foi ao local após ser informado sobre o caso. A avó paterna mora no município e também ficou responsável pelos netos. “Entregamos as crianças ao pai e a avó paterna. A guarda ainda será decidida pelo juiz”, explica a delegada.
A mãe foi presa em flagrante por policiais da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher). Ela deve responder por abandono de incapaz. A possível tortura ainda é investigada e a polícia aguarda os laudos periciais.
O pai das crianças também será investigado e pode responder por possível omissão. “Temos que reforçar essa questão da presença e da responsabilidade dos dois. O pai contribuía com pensão de R$ 500 e fazia visitas esporádicas, mas nada descarta uma possível omissão. Vamos investigar”, destaca.
A mulher permanece presa e deve passar por audiência de custódia nesta sexta-feira (9).
Foto: Henrique Arakaki, Midiamax