Os dois jovens de 16 e 18 anos mortos durante abordagem policial em casa no bairro Danúbio Azul na madrugada de hoje eram irmãos e a mãe deles os reconheceu ainda dentro da do CRS (Centro Regional de Saúde) do bairro Nova Bahia, para onde foram levados pela própria Polícia Militar depois de serem atingidos.
Tia deles, de Anelyse Meins, 34, que é gerente comercial, acordou com ligação à 1h30 de hoje informando que o sobrinho Jonathan Meins, de 18 anos, havia sido atingido por tiro após confronto com o Batalhão de Choque e seguiu para a casa no bairro Danúbio Azul. Lá, os policiais informaram que dois feridos haviam sido levados para posto de saúde.
Em conversa com o Campo Grande News na Depac/Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro Especializado de Polícia Integrada), Anelyse contou que antes de ir ao CRS ligou para a irmã, mãe dos sobrinhos, afirmando que “mataram o Jonathan’. Ela disse que já não acreditava que o sobrinho estivesse vivo.
Nesse momento, a irmã contou que o outro filho, de 16 anos, estava com o irmão, mas a tia não tinha nenhuma informação sobre isso. Chegando no local, elas entraram para fazer o reconhecimento e a mãe dos jovens viu um dos garotos, o de 18 anos e identificou o filho. Ela ia saindo quando pediu para ver o outro corpo e ainda pela perna, reconheceu a mancha que havia no mais novo. “Naquele momento ela desabou’, contou Anelyse.
“Todo mundo esperava algo desse tipo do Jonatan, mas não do (…)’, conta tia ao citar o nome do sobrinho de 16 anos. “Ele estudavam, era empenhado, tinha bons amigos’, lamentou, enfatizando que o menino teria acompanhado o mais velho “de alegre’. Ela não acredita que o mais novo sabia do roubo do carro que havia acontecido.
Irmão mais velho de ambos, Victor Meins, de 20 anos, disse à reportagem que apesar do de 19 anos ter amigos errados e estar no lugar errado, “jamais revidaria um policial’, nem mesmo o mais novo. Por conta disso, afirma que não houve confronto. “Eles iam abaixar a cabeça pros policiais’, sustenta. A mãe dos jovens está em choque e não esteve na Cepol.
Caso – Assalto à mão armada aconteceu na região do bairro Monte Castelo, quando por volta das 23h, dupla em um veículo Nissan Tiida, armados, roubaram um veículo HB20 pertencente a um motorista de aplicativo. Policiais rodoviários estaduais identificaram o veículo roubado no anel viário, mas não conseguiu alcançá-lo.
Foi quando a PM do Batalhão de Choque foi acionada e passou a buscar os autores nas proximidades do bairro Danúbio Azul. O Tiida usado no assalto estava estacionado em frente à uma casa e na garagem estava o HB20.
Conforme relato em boletim de ocorrência, policiais do Choque entraram na casa e viu duas pessoas, ambos armados e então se identificaram como militares e ordenaram que largassem as armas. Nesse momento, um deles teria apontado a arma em direção aos policiais, que atiraram de volta.
O segundo envolvido fugiu para dentro do imóvel, quando foi tentada abordagem. Mas, este teria também apontado arma em direção aos policiais e até teria acionado o gatilho. Os policiais dispararam para evitar que fossem atingidos e derrubaram o outro autor. Viatura da Rotac (Rondas Ostensivas de Ações de Choque) foi acionada e levou os dois feridos ao posto, onde morreram.
No local foram recolhidas duas pistolas .9mm, Beretta, utilizadas pelos policiais militares, e duas armas de fogo utilizadas pelos autores, sendo um revolver calibre .32 carregado com 6 munições intactas e uma pistola calibre .9mm com um carregador municiado com 9 munições também intactas.
No caso, enquanto os policiais estavam na casa, foi abordado um veículo Gol que se aproximou do imóvel e parou atrás do veículo Tiida. Os três que saíram do carro foram abordados e no bolso de um deles estava a chave do HB20 roubado. Todos adolescentes foram foram encaminhados até a Delegacia de Policia.
BATANEWS/CAMPO GRANDE NEWS