Neste sábado (14), o Brasil e as Américas poderão contemplar o fenômeno astronômico do Eclipse Anular do Sol, que ocorre apenas uma vez no ano. Em Mato Grosso do Sul o espetáculo poderá ser visto por volta das 15h40.
Apesar do fenômeno ser bonito aos olhos, o oftalmologista e professor de medicina no Instituto de Educação Médica (IDOMED), Breno Leão, alerta para os perigos de observar um eclipse solar sem proteção adequada, o que pode trazer prejuízos para a saúde da visão. ‘Devido às radiações solares no espectro ultravioleta, podemos desenvolver o ressecamento ocular agudo, ceratopatia ultravioleta e queimaduras solares perioculares. Em casos mais graves, e muitas vezes irreversíveis, apresentar retinopatia solar com lesão diretamente na retina dos fotorreceptores que resultará em comprometimento visual’, explica o profissional.
Diante disso, o especialista orienta sobre forma segura de observação, como o uso de equipamentos apropriados: telescópios solares especiais, câmeras e filtros solares.
‘Para quem não possui tais instrumentos, existe a alternativa do uso da máscara de soldador com vidro nº 14 ou numeração superior (quanto maior o número, mais escuro o filtro e mais seguro para observar); filtro de poliéster aluminizado que é translúcido ou óculos com filtro solar de poliéster, que não devem ser confundidos com óculos comuns de proteção solar’, orienta o especialista.
O oftalmologista também esclarece sobre o risco de práticas que são contraindicadas, como a observação direta para o sol usando boné e óculos comuns de proteção solar.
‘Muitas pessoas fazem o uso de filmes de radiografias, filmes fotográficos antigos (negativo), câmeras de celulares comuns ou mesmo a observação direta para o sol. Dessa forma estão apenas tapando a luminosidade excessiva do sol, mas não possuem a proteção contra a radiação, que é justamente a parte nociva da exposição à luz solar’, esclarece o médico.
Além disso, o especialista afirma que de modo geral não se deve observar de forma contínua o sol e nem sem os equipamentos indicados.
‘Deve-se fazer intervalos de 30 segundos de observação do fenômeno com 2 a 4 minutos de descanso ocular. Apesar de lindo e raro, os eclipses são fenômenos passageiros que podem trazer danos permanentes à visão, então não vale a pena prejudicar sua visão por alguns minutos de fenômeno observado’, afirma o Dr. Breno Leão.
Fenômeno será transmitido pelas redes sociais
O eclipse solar anular, chamado de ‘anel de fogo’, ocorre quando a Lua se alinha entre a Terra e o Sol, e o seu diâmetro aparente é menor do que o Sol. Assim, a sombra da Lua não cobre totalmente o Sol criando um ‘anel de fogo’ no céu.
Para visualizar o eclipse em Campo Grande, a Casa da Ciência e Cultura e o Clube de Astronomia Carl Sagan estarão entre às 15h e 16h30min, em frente ao Museu Dom Bosco, nos altos da avenida Afonso Pena, com cerca de 50 óculos que serão distribuídos aos interessados.
‘Durante essa observação é recomendado que a visualização seja de apenas 15 segundos, parar 3 minutos e voltar a visualizar por mais 15 segundos. Também não é orientado observar com outros objetos como ‘chapa’ de raio-x, óculos ou outro material, que não os óculos apropriados’, reforça o professor do Instituto de Física, Hamilton Pavão.
Os participantes que quiserem permanecer no local, poderão ainda observar o céu noturno utilizando telescópios. ‘É uma excelente fase para observar o céu, já que estamos na lua nova’, destaca o professor.
Assistir ao eclipse de forma indireta também pode ser uma alternativa. O Observatório Nacional, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (ON/MCTI), transmitirá ao vivo o eclipse anular do Sol. O evento poderá ser assistido através do YouTube. Clique aqui para assistir.
Outra forma indireta de observar é utilizando o princípio da câmara escura com o tutorial de montagem disponível na internet. Veja aqui algumas opções.
Correio do Estado / Suelen Morales