Secretária vai parar no hospital após reunião com vereadores de Cassilândia

Fachada do Centro de Referência de Assistência Social do município de Cassilândia (Foto: Divulgação)

Fachada do Centro de Referência de Assistência Social do município de Cassilândia (Foto: Divulgação

A secretária de Assistência Social de Cassilândia, Márcia Leonel de Souza, foi parar no Hospital Santa Casa do município após a reunião que teve com os vereadores da cidade nesta quarta-feira (6).

Durante o encontro com os parlamentares ela tentou explicar a situação dos benefícios eventuais que são utilizados para alimentação de famílias vulneráveis. A lei municipal aprovada pela própria Casa de Leis em 2021 assegura o direito a segurança alimentar de moradores de rua.

“Como acabou a licitação do mercado e do marmitex, a equipe de planejamento pediu para fazermos um estoque do básico, como arroz e feijão e ir comprando no cartão dos benefícios eventuais os alimentos perecíveis como carne e verduras. Tentei explicar isso para eles, mas ficavam interrompendo e tumultuando”, justificou.

Conforme o boletim de ocorrências registrado pela secretário, os vereadores Sumara Leal (PDT) e Peter Saimon (PDT) cometeram desacato. O documento afirma que os parlamentares proferiram palavras de baixo calão, chamaram a vítima de ladra, má gestora e a agrediram a gestora.

“Eu não fiz nada de errado. Fiquei tão nervosa que passei mal. Minha pressão alterou muito e fui parar na Santa Casa. O médico me deu atestado. Me senti muito ofendida e os demais vereadores e funcionários que estavam na sala estão ao meu lado”, ponderou.

Márcio informou ainda que na segunda-feira (11) estará protocolando uma representação na Câmara Municipal para que os fatos sejam averiguados. “Estão distorcendo a situação. Essa perseguição já dura cinco meses”.

Resposta – Em nota a vereadora Sumara afirmou que recebeu denúncias sobre o uso indevido de cartões de benefícios eventuais. Conforme a legislação municipal a liberação de R$ 115 é feita após a avaliação de técnicos dos serviços sociais para utilizar em compras nos locais cadastrados pelo município.

“Fomos chamados como vereadores no exercício de nosso cargo para uma reunião com alguns servidores da assistência social e a secretária Márcia, que diante de todos os presentes e testemunhas confessou que uma servidora permaneceu em posse de oito cartões durante aproximadamente quatro meses e utilizava o crédito dos cartões que deveriam ser destinados a famílias em situação de vulnerabilidade, para fazer compras no supermercado onde os alimentos seriam com a finalidade de fazer marmitex para moradores de rua, pois a licitação para esses alimentos havia acabado”.

Ela alega que solicitou explicações e “na oportunidade diante de diversas testemunhas jamais ofendi a honra da servidora, em nenhum momento questionei sua honestidade ou falta de gestão, e sim me posicionei em defesa da população de nosso município que merece transparência diante as denúncias que nos são apresentadas. Sigo tranquila em relação ao BO registrado pela servidora, e não deixarei de cumprir meu papel como vereadora diante essas situações que venho enfrentando, pois é um sinal que tenho feito meu trabalho com dedicação e comprometimento com a população de Cassilândia”.

Já o vereador Peter disse que tomou conhecimento da ocorrência registrada após a reunião. “A secretária infelizmente descumpriu a determinação da lei q é entrega do cartão aos beneficiários e fez as compras ela mesma. Durante a reunião no exercício de nossa função de vereadores fizemos de fato vários questionamentos. A Secretaria assumiu que fez o uso indevido na frente de todos” destacou.

O parlamentar falou que estava surpreso com o registro de boletim de ocorrências. “Em nenhum momento faltei com respeito com nenhum dos presentes. Sigo confiante na isenta apuração dos fatos, isso não é a primeira e não será a última tentativa de intimidação que sofro e sofrerei ao longo do mandado, mas posso dizer que seguirei trabalhando em prol da população e mesmo que as pessoas se incomodem não vou deixar de fazer meu trabalho nem de defender os interesses da população Cassilandense”.

O jurídico da Prefeitura de Cassilândia informou que o Executivo irá se reunir na segunda-feira (11), após o feriado da Independência, para tratar do assunto. – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

 

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