Antes de ser atropelada e morta na tarde desta terça-feira (28), Evanir Carvalho de Souza, 59, havia recebido uma ligação e estava a caminho da Santa Casa para visitar a mãe, internada vítima de doença nos rins. A idosa, Leonilda Rodrigues de Oliveira, 82, morreu poucas horas depois da filha. As duas estão sendo veladas lado a lado, na manhã desta quarta-feira, em Campo Grande.
No dia de tristeza para os familiares, durante a despedida, Evanir é lembrada com carinho. Era ela quem cuidava dos pais e havia, inclusive, saído do trabalho para se dedicar aos idosos. “Parou tudo para cuidar dos meus avós, ela só ia ao médico, fazia o pilates e cuidava deles”, comenta o sobrinho, técnico de enfermagem Jeferson da Costa, 34.
Cuidadosa, na tarde de ontem, Evanir havia recém-saído do consultório médico e recebeu uma ligação do hospital. “Ela recebeu uma ligação da Santa Casa pedindo para ir lá ter informações da mãe dela que estava intubada e sedada. A minha tia nunca foi de atravessar fora da faixa, sempre certinha. Acreditamos que no momento ela pudesse estar atordoada, querendo chegar logo no hospital e aconteceu isso”, lamenta.
Evanir, a tia alegre e que gostava de festa, não pôde se despedir da mãe, Leonilda, que morreu sete horas depois no hospital. “Depois que meu tio faleceu, ela deu uma diminuída nas festas, mas sempre foi aquelas tias que gostava de Natal, aniversário e sempre que postava alguma coisa ela comentava, era de mandar mensagens todos os dias no WhatsApp. Muito amorosa”, comenta.
Evanir era viúva, deixa dois filhos e dois netos. Hoje, está sendo velada ao lado da mãe, na Capela Campo Grande, localizada no Bairro Pioneiros.
A família está revoltada, pois a motorista pagou fiança e foi liberada da delegacia. “Tem gente culpando minha tia, mas a mulher estava em alta velocidade, na mão do ônibus, além de se recusar a fazer o teste do bafômetro”, lamenta Jeferson.
Acidente – Evanir Carvalho atravessava a Rua Rui Barbosa, no Centro de Campo Grande, quando foi atropelada por um veículo Renaul Captur, na tarde de ontem. Socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) fizeram manobras para reanimá-la, mas sem sucesso.
A motorista do Captur se recusou a fazer o teste do bafômetro e foi presa por dirigir na faixa exclusiva para ônibus. Após pagar fiança de R$ 7 mil, ela foi liberada. O acidente foi registrado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
Por Dayene Paz e Mariely Barros – CAMPO GRANDE NEWS