O ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira, nascido em Aquidauana, tenente reformado André Ragalzi, faleceu na quinta-feira (29) após uma parada cardíaca, que ocorreu quando estava sendo transportado de Jardim para Campo Grande. Conforme a família, ele já havia sido entubado no município de Sidrolândia por complicações de saúde decorrentes da idade, 100 anos. Em dois meses, ele completaria 101 anos.
Ragalzi estava no primeiro grupo de brasileiros enviados à Europa para lutar contra o nazifascismo, no navio General Mann, em 1944. Atualmente, ele morava em Jardim com a esposa Júlia Fernandes Ragalzi.
O velório que começa na manhã de hoje (30), a partir das 7h, ocorre em Aquidauana, a 141 quilômetros da Capital, na PAX Universal. O sepultamento será no Cemitério Municipal, conforme informado pelo neto, Vinícius Fernandes.
“Ele faria 101 anos em 30 de novembro. Foi bom tê-lo por esse tempo conosco, mas também ele já vinha sofrendo muito com falta de ar. Já estava muito fraco devido à idade. Enfim, ele descansou. Ele será enterrado ao lado do túmulo da mãe, que é o que ele queria”, comentou Vinícius.
Em nota de pesar, a ANVFEB-MS (Associação Nacional dos Veteranos da Força Expedicionária Brasileira) informou que dos quase mil pracinhas do Mato Grosso do Sul que foram com à FEB (Força Expedicionária Brasileira) para a Itália, entre os anos de 1944 e 1945, resta apenas um remanescente, estando ele com mais de cem anos.
“Permita-nos, Sr. André Ragalzi, agradecer-lhe, escrevendo o seu nome nos livros de História e transmitindo os seus dignificantes exemplos de cidadania e patriotismo à nossa juventude, para que também eles possam viver cem anos, “100” medo de viver, “100” medo de lutar e “100” medo de ser feliz! Porque pessoas como o Senhor fazem de qualquer dia, como o de “hoje”, não uma ocasião de derrota ou de tristeza, mas uma oportunidade de vitória, em que se celebra a vida. Que Deus o receba em sua infinita glória e conforte a sua digníssima família e amigos”, diz a ANVFEB-MS.
História – Em julho de 1944, Ragalzi embarcou no porto do Rio de Janeiro para a Itália, País em que lutou até a vitória dos aliados contra o regime nazifascista na 2ª guerra mundial. Como herói, ele voltou ao Brasil em agosto de 1945.
Ragalzi gostava de contar as histórias da guerra e de todas as homenagens que já recebeu aos amigos, imprensa e aos 11 filhos, 20 netos e 24 bisnetos. No último aniversário, o veterano foi homenageado pela 4ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada.
No dia 6 deste mês, faleceu o também ex-combatente Agostinho Gonçalves da Mota, aos 97 anos. Nascido em Três Lagoas, ele estava com a saúde debilitada, o que incluía ponte safena e marca-passo. Ele estava há cerca de 2 meses sob cuidado intensivo em uma clínica geriátrica da Capital. Campo Grande News