Filho de Beatriz Abagge, umas das acusadas pelo assassinato do menino Evandro Campos, o criminoso portava documento falso com o nome do menino assassinado em Guaratuba, interior do Paraná, no ano de 1992, quando foi detido.
Luccas foi encaminhado para a Penitenciária Estadual de Dourados, e estava alojado na cela 29 do Raio 2, área destinada aos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo informações, o detento altamente perigoso e com histórico de fugas, seria transferido em breve para um dos novos presídios de Campo Grande, que possui segurança reforçada.
Para fugir, Luccas utilizou uma “teresa”, corda artesanal construída de pedaços de pano, com uma barra de ferro pontiaguda na ponta. O detento conseguiu passar por dois alambrados e escalar a muralha da penitenciária.
A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) ainda investiga o caso.
Detido em Mato Grosso do Sul
Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, Abagge foi detido ao tentar entrar em Ponta Porã, cidade a aproximadamente 300 quilômetros da Capital.
Segundo o 4º Batalhão da Polícia Militar de Ponta Porã, responsável pela prisão de Abagge, ele estava com a mulher em um Chevrolet Celta, com os faróis apagados, no momento em que foi abordado pelo policiamento. De acordo com os oficiais, o homem foi preso após apresentar uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa, com o nome de Evandro Oliveira Ribeiro.
Após consultar a base de dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), os oficiais constataram a irregularidade na documentação de Luccas Abagge.
O criminoso não quis comunicar nenhum familiar ou conhecido de sua prisão, nem reivindicar advogado de defesa.
A acompanhante, esposa de Abagge, relatou não reconhecer seu passado, afirmando que, para ela, ele se chamava Evandro. A mulher foi liberada no local.
Segundo os autos do processo, a prisão foi decretada por Adriano da Rosa Bastos, juiz de direito da VI Região, que atende Ponta Porã, Amambai, Sete Quedas e Coronel Sapucaia.
Inicialmente detido pela prática do crime previsto no art. 304 do Código Penal (fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena – a cominada à falsificação ou à alteração), ato que não se trata de delito grave, a prisão foi autorizada nos termos do art. 313 do Código de Processo Penal, ”visto que há dúvidas acerca da identidade civil do custodiado”.
Outras condenações
Em janeiro de 2019, Luccas Abagge foi condenado a 54 anos de prisão por um homicídio cometido em 2016. Em julho do mesmo ano, foi novamente julgado e condenado a outros 32 anos por um segundo homicídio, bem como uma tentativa de homicídio em 2015.
Ambos os crimes foram realizados em Curitiba, Capital do Paraná.
Caso Evandro
Evandro Ramos Caetano, de apenas 6 anos, desapareceu no dia 6 de abril de 1992, na cidade de Guaratuba, no litoral do Paraná. Poucos dias após o desaparecimento, o corpo de Evandro foi encontrado mutilado.
Três meses depois do crime, sete pessoas foram presas. Dentre elas, Celina e Beatriz Abagge, esposa e filha do então prefeito da cidade, Aldo Abagge. Elas foram as principais acusadas de encomendar a morte de Evandro em um ritual religioso. O caso ficou conhecido nacionalmente como “As Bruxas de Guaratuba”. Correio do Estado