A demora das pessoas em comparecer para a vacinação mesmo com as doses disponíveis nos municípios tem preocupado as autoridades em Mato Grosso do Sul. Já são 228 mil pessoas com a 2ª ou 3ª dose atrasadas no Estado e o Cosems-MS (Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Mato Grosso do Sul) fez um apelo para que a população complete o ciclo vacinal.
A 2ª dose é essencial para garantir a proteção contra casos graves e mortes por coronavírus. A 3ª dose foi liberada para idosos e profissionais da saúde em Mato Grosso do Sul e é importante para reforçar a imunização, considerando que estes grupos foram vacinados há vários meses e começaram a perder a capacidade de resposta do organismo contra a doença.
O presidente do Cosems, Rogério Leite, afirma que a vacinação possibilitou a queda nos indicativos e a possibilidade de retomada das atividades no Estado. “A vacina está disponível, o poder público está fazendo a parte dele, mantendo as unidades abertas. Na parte técnica, a vacina já foi comprovada sua eficácia, tivemos a diminuição de casos de internação e de óbitos. Uma esperança, sonhávamos chegar nessa realidade de trabalho e convívio social. Por que não fazer? Por que não receber [a dose] e garantir a segurança nessa nova realidade que estamos vivendo?”, questionou.
Para que os números da covid continuem baixos, Leite fez um pedido à população. “Fica o apelo para que a gente possa fazer com que essa realidade se perpetue. Chamamos que toda a família sul-mato-grossense possa fazer esse trabalho com a gente e garantir a segurança do nosso futuro”, disse.
Vacinas ‘encalhadas’ nos estoques
Depois de meses no topo do ranking nacional da imunização, a campanha de vacinação contra o coronavírus em Mato Grosso do Sul estacionou. São mais de 340 mil vacinas nos estoques dos municípios, além daquelas que estão guardadas na rede de frio do Estado. Com tantas doses paradas, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) pediu a liberação da 3ª dose para adultos na faixa etária de 50 anos ou mais e a vacinação de crianças.
O secretário estadual de saúde Geraldo Resende comentou que a campanha de imunização não tem se desenvolvido como o esperado. Mais cedo, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) também comentou sobre o assunto e apontou que há muita gente que não retorna para a 2ª dose. “O índice de retorno dos campo-grandenses para a 2ª dose tem deixado a desejar. Hoje temos mais de 60 mil campo-grandenses que tomaram a 1ª dose e não voltaram mais”, explicou o prefeito de Campo Grande.
Resende ainda apontou que, depois de perder o topo do ranking nacional para São Paulo, o estado do Rio Grande do Sul também pode ultrapassar MS em breve. “Estagnamos, está difícil avançar na imunização em Mato Grosso do Sul. Precisamos de uma campanha, para enfrentar as fake news”, disse.
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