A Justiça converteu em preventiva a prisão em flagrante do açougueiro Inácio Pessoa Rodrigues, 47 anos, que matou a esposa Luciana de Carvalho, 45 anos, e dormiu por quatro dias com o corpo em casa, no Bairro Silvia Regina, em Campo Grande. O crime ocorreu na quinta-feira (28), mas o assassinato só foi descoberto na segunda-feira (1) após desconfiarem do mau cheiro na residência.
Inácio foi preso em flagrante pela Polícia Militar e a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) representou pela prisão preventiva dele, sendo indiciado pelos crimes de ocultação de cadáver e homicídio qualificado por feminicídio. Em audiência de custódia nesta quarta-feira (3), a Justiça de Mato Grosso do Sul acatou o pedido e decretou a prisão preventiva dele.
Interrogado, Inácio contou que a briga que resultou na morte de Luciana começou por conta do sumiço de dois anéis dela. O homem alega que a mulher tentou agredi-lo com faca, mas tomou objeto dela e atingiu com dois golpes no pescoço e nas costas.
Depois de constatar que a mulher havia morrido, deixou a faca na pia e o corpo na cozinha. De quinta até a prisão dele, segunda-feira (1º), retomou a rotina, saindo para trabalhar, enquanto o cadáver permanecia em putrefação na kitnet.
O dono das kitnets, de 66 anos, foi procurado por uma das inquilinas, que relatou o mau cheiro e o sumiço da mulher. Ele usou a chave reserva e abriu a casa, encontrado o corpo de Luciana. O cadáver estava encostado no botijão de gás. A polícia foi acionada e Inácio Rodrigues foi visto passando de bicicleta na rua. Os vizinhos avisaram a PM que o capturou após tentativa de fuga.
Segundo a delegada Elaine Benicasa, titular da Deam, Luciana e Inácio estavam juntos havia um ano, em relacionamento conturbado. Em fevereiro desse ano, ela registrou boletim de ocorrência por injúria e vias de fato, solicitando medida protetiva. “Mas tudo indica que eles retornaram ao convívio”. No dia 1º de julho foi a vez de Inácio Rodrigues registrar boletim de ocorrência na Deam contra a mulher, por injúria. No relato dele, Luciana constantemente o agredia e o xingava.
A Policia Civil tem até 10 dias para finalizar o inquérito, mas a delegada considera o caso praticamente encerrado, com autoria do crime conhecida, pendente, apenas, de laudos que complementarão a investigação.
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