Confusão terminou com um motoentregador via aplicativo agredido com uma barra de ferro por volta do meio dia desta segunda-feira (27), em Campo Grande. O comerciante golpeou o motoentragador com a barra de ferro na região da cabeça. O motoentregador de 33 anos não sofreu ferimentos graves pelo fato de estar de capacete.
O capacete ficou danificado e inclusive foi recolhido na delegacia para passar por perícia. Tanto o dono restaurante quanto o motoentregador foram encaminhados à Terceira Delegacia, onde apresentaram suas versões sobre o ocorrido.
O motoentragador disse na delegacia que foi à lanchonete para buscar a refeição para fazer a entrega. Ele conta que pelo fato de estar calor, saiu do restaurante e preferiu esperar do lado de fora do estabelecimento, debaixo de uma árvore.
Ele conta que, ao receber sinal de alerta pelo aplicativo, de que a refeição já estava pronta para ser retirada, retornou ao estabelecimento e pegou o pedido. Ao sair, o comerciante chamou sua atenção pelo fato de ter deixado a porta do local aberta. O motoentregador diz que foi chamado de mal educado e por isso respondeu dizendo que não era seu empregado. Ainda segundo ele, o comerciante então passou a injuriá-lo, chamando o de babaca e outros xingamentos.
Ainda segundo o motoentregador, o comerciante foi em sua direção e lhe deu um empurrão no peito. “Não rela em mim”, disse o entregador. Ele conta que então colocou o capacete, momento em que foi golpeado no lado direito da cabeça com a barra de ferro. O golpe então foi amortecido pelo capacete. Ele não sofreu lesões corporais aparentes mas sentiu tontura e enjoo, logo após ser agredido. Após o golpe, o comerciante entrou para o estabelecimento e acionou a Polícia Militar que encaminhou os dois até a delegacia. O capacete, que custa R$ 600, diz o motociclista, ficou danificado no encaixe da viseira externa.
Versão do comerciante
O proprietário do local falou na delegacia que o motoentregador compareceu para pegar o pedido, feito por aplicativo. Ele diz que estava na cozinha e o motoentregador foi indagá-lo sobre o pedido. O proprietário conta que, como estava ao celular, pediu que ele aguardasse e, assim que o pedido estivesse pronto, ele o atenderia.
Ainda de acordo com a versão, o comerciante diz que o motoentregador saiu do local e deixou a porta aberta, momento em que ele disse: “pode fechar a porta por favor?”. Segundo ele, o motoentregador falou que estava com calor, momento em que o comerciante disse que a porta não poderia ficar aberta por causa da corrente de vento, que esfria os alimentos. Porém, mesmo assim, ele conta que o motoentregador saiu sem fechar a porta.
Após o pedido ficar pronto, ele se dirigiu ao motoentregador dizendo “você deveria ter mais educação”. Diz que o motoentregador então saiu do local com a entrega, e deixou a porta aberta novamente. Momento em que ele chamou o motociclista de mal educado e fez vários xingamentos. O motoentregador então a mochila onde estava a refeição, cair ao chão.
“O que você está falando?”, indagou o motoentregador. “Vaza daqui, você não vai entregar o pedido”, respondeu o dono do restaurante. Ele diz que recolheu o pedido e solicitou que seu próprio entregador do restaurante a fizesse e pediu novamente que o motoentregador “vazasse”. Mas ele permaneceu em frente ao restaurante, gritando. O proprietário não soube dizer o que o motoentregador gritava.
Foi quando o dono do restaurante deu um empurrão no peito do entregador e mais uma vez pediu para que ele saísse dali. “Vaza daqui, você está no meu restaurante”. O motoentregador permaneceu no local e disse em seguida: “não vou sair, estou em via pública”. Ele conta que o motoentregador estava em sua garagem e não em via pública.
Neste momento, o motoentregador abaixou a viseira, foi em direção ao comerciante. momento em que o dono do restaurante conta que efetuou o golpe com a barra de ferro, contra a cabeça do entregador. Ele já estava com a barra de ferro nas mãos.
Ele disse na delegacia que efetuou um golpe para afastá-lo, pois não tinha intenção de quebrar o capacete dele e nem de lesioná-lo. E argumentou dizendo que caso quisesse machucá-lo, poderia atingir outras partes de seu corpo, como joelho e braços. Ele também falou na delegacia que agiu errado e, por isso, acionou a polícia. E, ao final, ressaltou que só queria que o motoentregador fosse embora de seu estabelecimento.
No boleltim de ocorrência, o motoentregador está como vítima e o comerciante, autor. O caso foi registrado como injúria, vias de fato e lesão corporal na forma tentada. Midiamax