Programa Jovem Aprendiz Avança Cassilândia em parceria com a Casa do Trabalhador e Secretaria de Assistência Social

PROGRAMA JOVEM APRENDIZ AVANÇA EM CASSILÂNDIA EM PARCERIA COM A CASA DO TRABALHADOR E A SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Casa do Trabalhador, juntamente com Cristina Passos, gestora da agência de empregos, e Angela Maria Jassi, consultora de atendimento da região de Três Lagoas

O programa que tem como objetivo criar a oportunidade do primeiro emprego com carteira assinada e capacitação para jovens entre 14 e 24 anos, chega a Cassilândia e promete ser uma ferramenta para alavancar não apenas o setor social, mas combater a evasão escolar, gerar renda, aumentar o nível de capacitação do mercado local e evitar o êxodo rural, com a abertura de oportunidades de emprego na cidade.

Tudo começou com um convite feito pela secretária de Assistência Social, Carmem Montelo, para que o CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola) viesse até o município para conferir se havia possibilidade de implementar o programa por aqui.

O CIEE é uma instituição sem fins lucrativos, com 57 anos de existência e atuação em todo o Brasil, que tem como propósito gerar empregabilidade e garantir a inserção dos jovens no mundo do trabalho. E o programa Jovem Aprendiz é um dos mecanismos para isso, e se apoia na Lei da Aprendizagem, que estabelece que todas as empresas que tenham a partir de 7 colaboradores e não estejam enquadradas entre ME e EPP (microempresas e empresas de pequeno porte), têm obrigatoriedade de cumprir a cota de aprendizagem, que é de 5% do seu quadro de funcionários destinados para essas vagas.

Mas a instituição fez também um levantamento no município, para identificar o potencial das empresas que se enquadram nesse perfil e, a partir daí, traçou um objetivo de vagas que deverão ser preenchidas, para comportar também a instalação do polo de capacitação presencial.

“Com os levantamentos e estudos que fizemos junto da prefeitura, verificamos que a cidade comporta um polo presencial, então iniciamos todo o processo de validação para a abertura da turma”, contou Lilian Alencar do Nascimento, supervisora da unidade no estado do Mato Grosso do Sul, em entrevista hoje, na Casa do Trabalhador, juntamente com Cristina Passos, gestora da agência de empregos, e Angela Maria Jassi, consultora de atendimento da região de Três Lagoas, que participará do processo de implementação do programa aqui em Cassilândia. E a expectativa é que em um mês já comece o período de inscrições.

A estimativa é que o município consiga abrir, em um primeiro momento, cerca de 50 vagas para os jovens aprendizes. Esse número foi estipulado a partir do estudo de viabilidade. “É um número inicial, pois, no primeiro momento, focamos nas empresas que se enquadram na questão do cumprimento da cota. Mas não quer dizer que uma microempresa, que possua 3 funcionários, não possa contratar. Então, com o programa rodando, nosso objetivo também será demonstrar para o pequeno empresário que ele também tem condição de aderir ao programa, mesmo não sendo obrigado”, explicou Lilian, que acredita na motivação de responsabilidade social para com o município como alavanca para ampliar o programa.

Cristina Passos, gestora da Casa do Trabalhador, acredita que será possível ampliar o programa rapidamente, visto a grande procura tanto por parte dos jovens para uma oportunidade de emprego, como também de empresas locais, como o supermercado Seiara e o atacarejo Rezende, que já demonstraram interesse em abrir vagas para jovens aprendizes.

Cristina Passos, gestora da Casa do Trabalhador de Cassilândia, recebeu hoje a supervisora de unidade do CIEE/MS, Lilian Alencar do Nascimento, e a consultora de atendimento da área Três Lagoas, Angela Maria Jassi, para definirem os acertos finais da parceria do CIEE com a Casa do Trabalhador. Fotos: Cínthia Schmidt/Jornal Cassilândia.

Como funciona

O programa visa inserir jovens de 14 a 24 anos incompletos no mercado de trabalho. Para se candidatarem às vagas, é obrigatório estar matriculado e cursando o Ensino Fundamental ou o Ensino Médio. Se o jovem já concluiu o Ensino Médio, será exigido apresentar a documentação de comprovação.

Quando aprovado em uma das vagas ofertadas, o jovem, além da carga horária prática, ou seja, em que irá atuar na empresa contratada (que geralmente são períodos de 4 ou 6 horas), ele também terá de cumprir uma carga horária do curso de capacitação, dentro do setor em que ele foi empregado, que será realizado no polo de capacitação do próprio CIEE aqui no município, previsto para ser na Escola Estadual Hermelina Barbosa Leal, no Centro. E, no final do contrato (que pode ser de 1 a 2 anos), além do salário e benefícios que receberá pelo trabalho desenvolvido, o jovem também sairá com uma certificação do curso de capacitação.

O programa permite que o jovem participe até três vezes, mas exige que a cada admissão seja em uma empresa diferente e em um setor diferente, justamente para que ele possa ampliar o seu conhecimento e a sua capacitação em diferentes áreas de atuação.

Capacitação

O programa de capacitação, além de contribuir para a formação do jovem, também é uma estratégia para que a empresa possa destinar o aprendiz para uma atividade que ela realmente tem demanda de mão-de-obra. Assim, o CIEE oferece cursos em diversas áreas, como Setor Administrativo, Comércio e Varejo e até Agronegócio.

“A expectativa do Agro é muito grande dentro do nosso estado, por isso lançamos há dois anos algumas modalidades voltadas para esse setor, que já eram pedidos das empresas com as quais já temos parcerias de longa data, como as grandes redes de frigoríficos Marfrig e JBS. Então começamos a desenvolver um programa específico para aprendizes no setor da indústria da carne, por exemplo. As empresas aqui da cidade que forem desse setor poderão contar que o jovem que entra no programa será capacitado para atuar dentro da cadeia produtiva da carne, por exemplo”, explicou Liliam.

No setor Agro, são três vias de capacitação:

– Aprendiz do Agronegócio: capacita o jovem para atuar dentro das linhas de cultivo e tratos culturais na cadeia produtiva de cana, soja, por exemplo.

– Mecanização de equipamentos agrícolas: muito procurado por usinas e empresas que prestam serviço para essas usinas.

– Assistente Administrativo Rural: curso mais recente, com apenas dois meses, que aborda além das atividades fins da área administrativa no geral, um conteúdo específico sobre o agronegócio, preparando o aprendiz para concorrer a uma vaga numa grande usina de soja ou algodão, por exemplo, pois ele terá um certificado específico para o setor.

Para as empresas

Além da obrigatoriedade, no caso das empresas que se enquadram na Lei do Aprendizado, participar desse projeto desenvolve também a responsabilidade social para com o próprio município, pois a empresa contribuirá para aumentar a geração de renda e oportunidade de carreira a esses jovens, diminuindo as chances de que eles tenham que sair da cidade em busca de oportunidades (êxodo rural). Também contribui para melhorar o nível de capacitação geral do Mercado local, bem como aumentar a geração de renda e aquecer a economia da região.

Para o empresário, os encargos empregatícios do Jovem Aprendiz são os mesmos de um trabalhador seletivo. Com a diferença de que o FGTS do aprendiz é reduzido (2%), e há uma contribuição paga ao CIEE, que fica responsável pela capacitação do jovem. Essa taxa pode ser variável de acordo com o tamanho e segmento da empresa, explica a supervisora do CIEE.

Para o município

O programa faz parte de uma estratégia de assistência social, pois atua como uma alavanca para inserir os jovens em situação de vulnerabilidade no Mercado de trabalho. Com isso, não apenas proporciona uma geração de renda para esse jovem cidadão, mas também bem-estar social, na medida em que contribui para que ele restabeleça vínculos com a comunidade, se comprometa com os estudos, sinta-se produtivo e tenha menos tempo ocioso, já que terá que preencher seu tempo entre o estudo regular, o trabalho e o curso de capacitação.

  1. gente precisa dessa parceria institucional para conseguir se estabelecer no município”, ressaltou Lilian, que explicou que o programa é um trabalho a várias mãos, que envolve a prefeitura por meio de suas secretarias, a agência de emprego e o empresariado, para que essas vagas cheguem até o jovem que realmente precisa delas.

Casa do Trabalhador

“Como a Casa do Trabalhador é o ponto focal por todos aqui em Cassilândia que procuram emprego, firmamos essa parceria para que eles nos auxiliem a receber os jovens da cidade que tiverem interessem em concorrer as essas vagas”, reforçou a supervisora do CIEE.

“E agora, o próximo passo será visitarmos juntas os comerciantes, não só da cidade, mas da região, para apresentar o projeto e criar as novas oportunidades”, disse a gestora da Casa do Trabalhador, que com esse trabalho alinhado com as empresas do município já conseguiu empregar mais de 116 pessoas com carteira assinada, somente este ano, em Cassilândia.

Por Cínthia Schmidt
www.jornalcassilandia.com.br

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