A funcionária de uma lotérica em Corguinho, a 96 quilômetros de Campo Grande, é acusada de desviar mais de R$ 30 mil da conta bancária de um idoso de 77 anos de idade. O crime foi descoberto no mês de fevereiro e após isso, o dono da lotérica teria se comprometido a devolver o valor furtado. No entanto, o idoso não foi ressarcido e procurou a delegacia de Polícia Civil nesta quarta-feira (22) para registrar o caso.
De acordo com as informações do boletim de ocorrência, a funcionária teria feito 17 transações para retirada do dinheiro na conta do idoso, desde outubro de 2019 até fevereiro deste ano. A mulher realizava as transações quando a vítima procurava atendimento na lotérica que fica no Centro de Corguinho.
O idoso contou que possui uma conta com bastante movimentação, já que recebe alugueis e valores referentes a pequenas transações de sua propriedade rural. Ele afirmou que ia costumeiramente até a lotérica e nessas ocasiões, a funcionária pedia para que inserisse o cartão e digitasse a senha.
Em seguida, conforme o boletim de ocorrência, a mulher puxava a máquina com o cartão para dentro do guichê e perguntava se a vítima faria algum saque. O idoso contou que algumas vezes chegava a realizar saques de R$ 100 a R$ 200 para não ficar sem dinheiro. Depois, a funcionária passava o valor, falava seu saldo e o idoso iria embora, segundo ele, sem se preocupar com o comprovante, pois confiava na atendente.
Após algum tempo, o idoso começou a notar diferença nos valores da sua conta, mas continuou a procurar atendimento na lotérica. No dia 13 de fevereiro foi até ao local para saber se o valor de R$ 12 mil, referente a um arrendamento de pasto, teria sido depositado em sua conta. Na lotérica, a mesma funcionária informou que teria um depósito de R$ 10 mil, então a vítima sacou R$ 100 e foi embora.
No mesmo dia, o idoso foi até a cidade de Rochedo para pagar uma conta no valor de R$ 1 mil e na lotérica dessa cidade, descobriu que não havia mais limite diário para saque em sua conta. Ele estranhou, pois havia sacado apenas R$ 100 em Corguinho, então retornou para a lotérica onde havia feito o saque.
Em Corguinho, perguntou para a funcionária porque não havia limite para saque naquele dia. Segundo o idoso, a mulher teria desconversado e efetuou um saque de R$ 100, alegando que teria sido imperícia do funcionário da lotérica de Rochedo. Nesta ocasião, o idoso pediu para a funcionária depositar os R$ 100 em sua conta de volta.
No dia seguinte, o idoso procurou sua agência bancária em Campo Grande para verificar o que estava ocorrendo. No banco, tomou conhecimento que, muitas das vezes em que foi na lotérica para retirar apenas um saldo, haviam saques de altos valores.
Após descobrir as retiradas da conta, a filha do idoso foi até a lotérica e procurou o responsável pelo local. Ela teve acesso as imagens das câmeras de segurança, quando percebeu uma atitude estranha da funcionária durante atendimento ao idoso. O responsável pela lotérica conversou com a funcionária, que confessou as transações indevidas.
Foram identificadas 17 transações: sete de R$ 1,8 mil, uma transação do valor de R$ 850, sete transações de R$ 2 mil cada, uma transação no valor de R$ 1,2 mil e uma de 1,5 mil.
No dia 15 de fevereiro, o empresário se comprometeu informalmente, a fazer a devolução integral do valor retirado indevidamente da conta da vítima. Depois, foi feita pelo dono da lotérica uma proposta para pagamento de R$ 18 mil, valor inferior ao que foi furtado da conta do idoso. No entanto, até esta quarta-feira, a vítima não teria sido ressarcida e então procurou a polícia. O caso foi registrado como estelionato e será apurado. Midiamax