Fumantes podem sim ser considerados população de risco no caso de infecção com o novo coronavírus. Pneumologista Henrique Ferreira de Brito explica que ainda não há dados ou pesquisas suficientes para determinar que o uso de cigarro seja fator de risco determinante para casos graves da doença, mas enfatiza que “fumantes tendem a ter um quadro respiratório mais exuberante”.
O especialista explica que o tabagismo aumenta as chances de desenvolvimento de doenças respiratórias e pulmonares, como bronquite, asma, enfisema, doença pulmonar obstrutiva crônica, entre outras. “Se a pessoa fuma e tem uma dessas doenças em atividade, isso, por si só, pode levá-la a ter um quadro agravado do coronavírus”.
Outro problema citado por Brito, é que em pessoas fumantes, a proteção do sistema respiratório contra ataques externos não existe, porque a fumaça produzida e inspirada para os pulmões, paralisa o trabalho dos cílios que protegem essa estrutura.
“Há defesas pulmonares, os cílios respiratórios, que fazem movimento de varredura do nariz até traqueia e brônquios e evita entrada de poeira, ácaro. É essa proteção que provoca a retirada dessas suspensões pela tosse, espirro, ou mesmo pela respiração. Mas quando a pessoa fuma, paralisa esses cílios e então, ela já perde essa defesa”, explica.
Além disso, o uso do cigarro também inibe a fagocitose, fenômeno orgânico que protege as células contra a invasão de agentes causadores de doenças. “O cigarro altera o poder da fagocitose, tornando o fumante, mais sensível a doenças respiratórias”, sustenta o pneumologista.
Dados dessa tarde da SES (Secretaria de Estado de Saúde), indicam 48 casos confirmados do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul, com o primeiro óbito registrado em paciente de Batayporã. Campo Grande News